É
gente, desculpem. Sei que atrasou, mas o capítulo de hoje é extremamente
gigantesco, então demorei um pouco mais para digitar. Bom, como sempre para
quem não leu os anteriores, seguem os links:
Embora
o capítulo seja de Cristina, quem inicia a narração é o Raven, caso fiquem
confusos. Após os asteriscos é que ela começa a narrar. Boa leitura pra vocês!
V – Cristina – O conto de um menino sem rumo
Já
havia passado mais de um mês e Dave ainda não havia voltado. “Será que ele
esqueceu que tem um filho para criar e consolar pela perda da mãe? ” - É o que
a vizinhança vinha falando. Christopher estava tenso, parecia saber de algo,
escondia algo, eu não sabia o que era, mas tinha de descobrir. Victor estava na
escola e Chris no trabalho, agora, para sustentar três pessoas: Cristina,
Victor e eu. Aproveitei que estava sozinho em casa com minha mãe, para lhe
perguntar sobre o passado do meu pai e do meu tio. Mas ela se recusou a dizer
qualquer coisa sobre.
- Mas por quê, mãe? Isso só indica, ainda
mais, que eles estão completamente envolvidos na morte da tia Olívia!
- Cale
a boca, menino! Eu disse que não vou falar, então não vou falar. Insista mais
uma vez e veja o que acontece!
- Tudo bem, mãe. Mas essa não é a última vez
que lhe pergunto – virei as costas lentamente, para ir até meu quarto, porém,
seu olhar me impediu.
Cristina simplesmente se calou, deixando
cair uma misteriosa lágrima de seu lindo olho azul, direito, mas qual seria o
motivo do choro? Com certeza, não foi um bocejo, ela estava triste por ter
relembrado o passado do meu pai, estava escrito em seu rosto, em sua lágrima,
em sua alma.
***
Conhecemo-nos no colegial. Eu era apenas uma
nerd qualquer, além de ser um pouco
feia, usava óculos enormes. Christopher era um garoto impelido, vivia
aprontando. Sempre que algo aparecia quebrado, eram ouvidos os gritos da
inspetora Denise: “Christopher Smitt! Venha aqui, seu moleque! ”. Quem diria
que eu, uma garota tão quieta, iria falar, ou até mesmo conhecer, um retardado
sem vida.
- Ah, desculpe-me, eu lhe ajudo! – Disse
Christopher, após ter esbarrado em mim, em mais uma de suas fugas.
- Não, tudo bem, não preci – cortada pela
voz da inspetora, tudo o que senti foi um forte puxão e acabei levada por
Chris, adentrando os corredores, deixando meus indescritíveis livros para trás.
- Pare! Largue-me! Quero meus livros de
volta! – Gritei, estressada e com raiva por Christopher ter me puxado para a
confusão.
- Agora não dá mais, você já está envolvida,
só lhe resta correr! – Disse Christopher, com um grande sorriso no rosto. – Finalmente pude falar com ela – pensou.
Christopher, astuto como sempre, deixou-me
para trás na virada de um corredor, escondendo-se dentro de uma lata de lixo,
que por sorte, estava vazia. Quando Denise chegou o procurando e não o
encontrou, a culpa acabou por recair sobre mim. Ai Deus, no que fui me meter? Jamais fiz algo errado em toda minha vida
e, agora, o diferido desgraçado não irá assumir a culpa... é hoje o dia de
minha morte infeliz. Fomos para a secretaria e, ao chegar lá, por incrível
que pareça, quem eu menos queria que aparecesse, resolve surgir do nada. Minha
mãe havia voltado de mais uma de suas viagens e, como sempre, passou na escola
para saber do meu comportamento.
- Sua filha está ótima, até hoje não trouxe
problema algum para a escola. Além disso, ela está em primeiro lugar no Ranking escolar, e em quarta no Ranking
de Westernia. Esteja feliz por ter um gênio em sua família! – De longe,
podíamos ouvir os berros de orgulho da diretora a meu respeito.
Em poucos segundos, ouviram-se sonoras
batidas na porta, seguidas de uma palavra: entre.
- Com licença, senhora diretora. Flagrei
Christopher novamente, mas dessa vez, com sua cúmplice – disse Denise,
puxando-me para dentro da sala, enquanto se achava Sherlock Holmes no fim de um caso.
- Mas o que é isso, filha! O que você fez?
Eu pago o melhor colégio de Róvia, talvez o melhor de toda Westernia, para você
me retribuir com isso? Não foi essa a educação que lhe dei! – Disse minha mãe,
que além de superprotetora, era de uma extrema rigidez em relação aos meus
estudos. Perdi boa parte de minha infância por sua culpa. Meus amigos foram se
afastando de mim, um a um, acabando por se resumirem em apenas livros.
- Não é o que a senhora está pensando, mãe.
Is... is... isto é um equívoco! – Gaguejei, nervosa, pensando no que minha mãe
faria ao chegarmos em casa. – Fui violentamente levada para uma das aventuras
de Christopher e esta mulher me interpretou mal!
- Não quero saber de desculpas! Vamos para
casa, mocinha! Não quero que você tenha
uma vida como a minha. Você é diferente, filha – pensou Kátia, enquanto
abria a porta, puxando-me pelos cabelos, arrancando diversos fios.
Chris, na cara dura, ainda foi ver o que
estava acontecendo na secretaria, indo de encontro com a minha mãe, esbarrando
em seu braço.
- Então
esta é a mulher que de vida à uma criatura tão perfeita, a pura encarnação de
uma deusa – pensou Chris.
- Olhe por onde andas! Ah, você deve ser o
Christopher, certo? Não lhe quero perto de minha estimada filha. Agora saia da
minha frente, garoto ridículo – disse Kátia, num tom esnobe.
Ao chegar em casa, minha mãe me pôs nua em
cima de caroços de feijão, obrigando-me a ficar em diversas posições, até ter
todo meu frágil corpo completamente marcado. Quando ela foi buscar uma corda no
quintal para me bater, percebi que isso já era demais, levantei-me e corri
desesperada, mesmo desnuda, pela casa, tentando me esconder. Porém, a
desgraçada me encontrou, forçando-me a desonrar minha imagem, ficando nua no
portão de casa. Foi nesse momento, que Christopher, que infelizmente é meu
vizinho, estava passando pela rua, voltando da escola, vendo todo meu corpo nu,
ao sol, rodeado pela brisa incrustada de folhas.
- O que é isso, Cristina, é tudo para mim?
Nós nem nos casamos ainda, assim eu fica encabulado... – disse Christopher, com
os olhos arregalados.
- Vá embora, garoto nojento, que isso não é
um bordel! Tire esses olhos execráveis da minha presença! – Estava morrendo de
vergonha por ter sido rebaixada de tal forma.
O dia acabou e o sofrimento finalmente havia
passado, porém não conseguia tirar da mente aquela imagem horrenda de
Christopher, com seus olhos cravados em mim. Se Kátia não fosse minha mãe, ela
estaria agora morta, estrangulada, com os pulsos cortados, seios abertos e
ainda cortaria uma das bandas de sua bunda magra e descarnada, jogando-a em seu
túmulo. E quando meus filhos perguntassem por sua desaparecida avó, poderia
falar da puta que ela foi.
Na adolescência de Kátia, meus avós sofreram
com uma crise econômica e, para quitarem suas dívidas, precisaram vender sua
moradia, vendo-se obrigados a morar nas ruas de uma favela. Para se
sustentarem, Kátia foi obrigada a se prostituir. Seus programas eram diários e
ocorriam de quinze a vinte vezes por semana. Certo dia, quando estava em mais
uma de suas sessões, foi surpreendida por três homens, que roubaram seus panos
de bunda e a deixaram nua, a mercê da decadência da favela dos Anões, onde fora
descoberta e estuprada. Escapou por pouco da morte, visto que fora encontrada
pelo delegado de Róvia antes que os bandidos pudessem matá-la.
- Qual é o seu nome, menina? Onde estão seus
pais? O que estava fazendo numa favela? – O delegado a interrogava
sequencialmente, sem dá-la tempo para responder. – Vamos para a delegacia
registrar essa ocorrência.
- Não, senhor! Por favor, deixe-me morrer,
fui completamente violentada e maculada por este mundo desprezível. Não posso
viver com isso.
- Não desista de sua vida, pobre menina. Por
pior que seja, você deve persistir e continuar. Já pensou que diversas pessoas
no mundo passaram pela mesma situação, ou até pior que a sua? Algumas dessas
pessoas persistiram e obtiveram sucesso em sua vida, porém, as que desistiram,
ganharam algo pior que a morte. Então, o que me diz? Ainda quer ficar perdida
em meio a pensamentos incrédulos ou quer vir comigo e se tornar minha filha?
- Eu... quero ir com o senhor! Mas... e
quanto aos meus... ah, que se danem meus
pais! Por causa deles eu estou nesta situação, que ambos morram – pensou. –
Não, não é nada. Vamos.
Kátia foi embora com o delegado, abandonando
seus pais. Com isso, estudou bastante e entrou numa faculdade de etiqueta, onde
aprendeu todos os requintes que tem hoje, trazendo orgulho para João, o
delegado que salvara sua vida e a quem ela foi eternamente grata, mesmo após
sua morte.
Christopher, no dia seguinte, estava bem
mudado, mais quieto, com um aparente nervosismo ao se aproximar de mim. O que será que aconteceu com ele? Será que
só agora se ligou de que é retardado? Será que alguém morreu? Não conseguia
entender sua expressão e não suportava mais ter que deduzir seu estado, por
isso, decidi perguntar.
- Chri... Chri... Christopher, o que aco...
aconteceu com você? – Perguntei, meio nervosa.
- Nada, meu anjo. Apenas me deparei com este
lindo céu desnublado. Torna-se glorioso com seu sorriso iluminando meu dia,
como a estrela maior. Quero lhe dizer uma coisa importante, ouça bem, pois vou
dizê-la uma única vez – disse Christopher, lançando-me um olhar penetrante.
- Antes q... que diga, q... que... quero
deixar claro que não quero nada com você, nem me peça nada, receberá apenas um
não! – Estava inquieta, já sabia que uma declaração estava por vir.
- Saiba que ainda não desisti de você, minha
flor – sussurrou em meu ouvido direito, num tom baixo e com uma doce voz.
Com o fim do dia, voltei para casa. Tomei
minhas precauções para que Christopher não me encontrasse, todavia, num ato de
desespero ao vê-lo virar a esquina, corri desesperadamente para atravessar a
rua e chegar ao meu portão. Foi quando um enorme caminhão, em alta velocidade,
estava passando, que percebi que estava perdida. O veículo vinha em minha
direção, não havia tempo para me mover, eu estava lá, imóvel. Mas como um anjo
da guarda, Christopher apareceu para me salvar. Surgiu com um forte empurrão,
salvando-me, porém, não pôde sair do caminho do caminhão a tempo e acabou senso
acertado pelo espelho quebrado. O motorista nem ao menos parou para prestar
socorro, pelo contrário, acelerou ainda mais,
- Christopher! Abra os olhos, por favor,
Christopher! Não morra, não quero ser a culpada por isso, Christopher, por
favor, acorde! – Desolada, gritei desesperadamente.
Meus vizinhos foram aparecendo na rua, um a
um, encarando aquela terrível cena e me culpando com seus olhares
aterrorizados. Os pais de Christopher também apareceram, no entanto, foram os
únicos que tiveram o bom senso de ouvir meu lado da história.
- Você deve ser Cristina, estou certa? –
Perguntou a mãe de Christopher.
- É... sim, sou eu mesma, senhora – disse,
desviando o olhar, pressentindo que ela também me culparia.
- Pode me chamar de Sarah, querida nora –
ela me olhava e valava com tamanha doçura, não podia ignorá-la.
- Nora? Vejo que Christopher lhes contou
coisas até demais – revirei os olhos.
- Não temos tempo para conversas, Sarah!
Temos que levar nosso filho rapidamente ao hospital! – Disse Jonathan, pai de
Christopher, preocupado com o filho.
A certa distância, já podia ser ouvido o som
dos galopes de dois cavalos, eram dois amigos de Jonathan trazendo uma carroça.
Chegando às pressas, o colocaram rapidamente nela e o levaram ao hospital mais
próximo. Christopher não acordava, mesmo induzido com drogas. Chegando ao
hospital, que na verdade era uma mísera clínica, por ser minúscula, tivemos que
aguardar o atendimento, havia dezenove pessoas em nossa frente. Por sorte, um
médico estava contando os pacientes e viu o estado de Christopher, deitado na
maca, quase morto, com sangue jorrando de seu rosto; e logo o levou para o
atendimento. Christopher foi levado de sala em sala, sem que obtivessem um
diagnóstico redundante de seu estado. Será
que não há nenhum profissional competente nesta joça? Foi feito um
telefonema e, após duas horas desgastantes, chegou um médico que, sem dizer
nada, empurrou a maca de Chris para sua sala.
Sentada na cadeira, numa sala de espera em
plena decadência, comecei a pensar sobre mim, sobre o que fiz para merecer tudo
isto. Por que Christopher olharia para
uma garota tão antálgica como eu? Procurava uma resposta, porém, não havia
solução, cabia-me perguntar. Corri para a sala onde ele estava, escondendo-me
para não ser vista por médico algum, visto que faltavam duas horas para darem
início ao horário de visita. Chegando à sala, encontrei-o numa cama, deitado
com os olhos entreabertos, mas inconsciente. Ele levou pontos em seu ferimento
no rosto que, olhando bem, não foi tão profundo, provavelmente, o impacto deve
o ter deixado nesse estado. Não pude deixar de reparar em Christopher. Dormindo, ele tem um rosto angelical. Se não
o conhecesse, poderia estar perdidamente apaixonada. Mesmo o conhecendo, tenho
que reconsiderar seu amor. Ele me salvou, esteve pronto a dar sua vida por mim.
Realmente não sinto ínfimo amor por ele, porém, não vou amá-lo, amarei este
bravo ato. E assim, aprenderei a conviver com ele e até mesmo, algum dia,
gostar dele. Estava pensativa, imóvel, olhando para o vago branco encardido
da parede da clínica, quando me deu conta de que havia um papel colado em sua
maca, que dizia:
“O
paciente se encontra em estado de coma, aparentemente, durará menos que duas
semanas. O soro deve ser injetado três vezes ao dia, com um intervalo de oito
horas e deve permanecer ativo por duas horas. Se o paciente não recobrar os
sentidos em no máximo, um mês, será considerado óbito encefálico. ”
Quando li estas palavras, entreguei-me ao
pranto. Agora sim eu havia cometido uma fatalidade, da qual jamais poderia me
redimir. Se antes eu estava apenas pensando em aceitar o seu amor, agora eu
teria a obrigação.
- Acorde Christopher, por favor, acorde!
Prometo que serei sua, prometo que aceitarei seu amor, prometo que lhe amarei!
Portanto, acorde, por favor, Christopher – gritei desolada, estava prestes a
cair num abismo sem volta, a caminho do arrependimento.
Ouvindo os bramidos, os médicos rapidamente
foram à sala de Chris, onde acabei descoberta. Chorando, fui levada novamente
até a sala de espera, onde encontrei minha mãe, com a fúria estampada em seu
rosto. Fingi que não a havia visto e tentei passar despercebida, porém, a
mulher, raivosa, puxou-me pelos cabelos, jogando-me ao chão. Essa puta deve ter uma inveja desgraçada do
meu cabelo! A única coisa que sabe fazer é o puxar, com vontade de o arrancar e
colocar em sua cabeça cheia de pelos negros. Minha linda cabeleira castanha já
havia perdido o brilho, de tanto ser puxada e quase arrancada.
- Menina! Não vou brigar com você agora,
porque estamos num ambiente público. Mas quantas vezes eu tenho de falar que
não deves ser imprudente, mesmo com uma rua deserta? Você deu sorte que
aquele... aquele menino chegou a tempo, imagine como eu ficaria caso... caso
você não escapasse! – Disse Kátia, com lágrimas em seu rosto, puxando-me do
chão e me abraçando.
- Seria melhor se isso acontecesse, mãe. Ninguém
na escola lembraria que algum dia existi, eu seria como uma recordação de meras
brincadeiras de mau gosto. Teria morrido com prazer naquela situação – sabia
que estava pensando como uma emo, mas era como me sentia.
- Não dia isso, querida. Sabes mais que
ninguém, eu te amo e não quero lhe perder. Existem diversas pessoas que já
passaram por uma situação similar ou até mesmo pior que a sua e hoje continuam
seguindo em frente, não desistem de sua existência e aceitam seu destino de
braços abertos, sabendo que um dia, a vida pode lhes dar o dom de o mudar – Kátia
me deu mais uma de suas lições de moral, sempre com a mesma base.
Nessas horas, eu penso em como minha mãe é
uma grande mulher. Sempre que estou triste, ela se esquece de suas raivas para
me atender, por mais que eu seja desmerecedora de sua misericórdia, ela me
aquece com sua ternura. Ambas ficamos lá, durante mais uma hora e meia,
aguardando o horário de visita, até que então, dessa vez benignamente, pudemos
entrar no quarto de Christopher. Estava novamente parada, olhando para seu
rosto, sentei-me ao seu lado e aguardei algum movimento. Preciso olhar mais seu lado bom, ao invés de o destacar por seus
malfeitos. Mesmo sendo uma criança travessa, ele ainda deve ter um pingo de
maturidade. Sei que não é má pessoa, afinal, ele iria dar sua vida pela minha,
sua... vida. Ele me salvou, entregou sua vida a mim, agora tenho que retribuir.
Então, ele resolveu me fazer uma surpresa, pareceu responder aos meus
pensamentos. Mesmo em coma, ele levantou sua suave a firme mão e acariciou meu
rosto. Nesse momento, correu uma lagrime de meu olho direito, que foi
imediatamente seca pela mesma mão. Olhei para ele, seus olhos ainda estavam
fechados, eu era tão inútil que nem mesmo poderia fazê-lo acordar. Debrucei-me
em seu peito, aos prantos e lá permaneci. Minha mãe apenas desviou seu triste
olhar, impedindo-se de derramar uma só gota de lágrima.
- Tenho
que ser forte, minha filha já está passando por inúmeras dificuldades, se
perceber qualquer fraqueza ao seu redor, não vai mais crer em si mesma – pensou.
Repentinamente, foram ditas palavras que me
revitalizaram.
- Espero que não se esqueça de sua promessa,
amor – disse Chris, pondo suas mãos em minha cabeça.
- Chris... Christopher, você acordou! Não se
preocupe, cumprirei minha palavra, minha vida pertence a você agora – falei,
sem demonstrar arrependimento algum.
- Não, Cristina. Não quero sua vida, quero
apenas você.
Meu coração acelerou, o nervosismo tomou
posso de meu ser, não sabia o que dizer, não saia o que fazer, apenas fiquei
calada, suspirei fortemente e o deixei continuar,
- Que tal começar a cumprir sua promessa
agora? Vamos selar nosso amor – Chris me puxou para junto de si. Deixou meus
lábios junto aos seus, não havia mais nada a se fazer, não conseguia dizer não,
tudo o que restava era me entregar. Foi então que ele me deu um longo beijo de
amor. Sabia que não conseguiria o parar, estava impotente diante dele, cada vez
mais estava me descobrindo. O que será
esse sentimento? Será que realmente posso cumprir a promessa? Estou começando a
amá-lo? Meu peito dói, o que é esta ansiedade? Jamais senti algo assim antes.
Será que esto é... amor?
Por um
instante, esqueci que minha mãe estava na sala. Não se passaram cinco segundos e
ele me puxou pelos cabelos, separando-me de Chris.
- Quanta insolência! Vocês não têm vergonha?
Beijam-se na presença de uma dama,
enquanto são apenas crianças? Ainda falta muito para você aprender, seu
Christopher, há muito para você entender para que eu lhe permita ter minha
filha! – Kátia gritou, tentando parecer irritada, mas logo cedeu. – Não sabe
como estou feliz por ter acordado. Tome conta da minha filha, já percebi que a
ela pertence um sentimento sincronizado ao seu. Mas quero deixar bem claro que,
se algum dia minha filha vier até mim banhada em lágrimas, causadas por você,
saiba que não vou lhe perdoar.
- Tudo bem, sogrinha, não vou lhe
decepcionar – disse Christopher, mandando-lhe uma piscadela de seu olho
esquerdo, castanho-claro.
Os médicos logo chegaram para nos alertar
sobre o fim da visita e perceberam que Chris havia acordado. Fizeram apenas um check-up de última hora e o liberaram.
Foram as quarenta horas mais desgastantes que já tive, graças a Deus,
finalmente estavam terminadas e, Chris finalmente poderia sair daquele lugar
nojento.
- Vamos à minha casa, Cristina. Quero lhe
apresentar aos meus pais – ele disse, com um sorriso estampado no rosto.
- Claro, mas... eu já os conheci – me
despedi da minha mãe com um aceno.
- Mesmo assim, vamos! Você ainda não conhece
o resto da minha família.
Chegando à casa de Chris, notei que seus
pais não estavam em casa. O que será que
ele quer? Não me diga que... não acredito! Não estou pronta para isso ainda,
estou no início dos meus quinze anos. Subimos para o segundo andar da casa,
em direção a um quarto, quando decidi falar.
- Chris, não sei o que pensa fazer, mas... –
fui interrompida.
- Vou lhe apresentar meu irmão. No que será que ela pensou? – Pensou.
Christopher abriu a porta do quarto e lá
estava seu irmão, lendo, e ao seu lado havia uma pilha de livros. Como eu queria o ter conhecido antes, ele
deve ter um intelecto extremamente superior ao do irmão. Não sabia que iria
me arrepender tão rápido da primeira boa impressão que tive de alguém.
- Ah, meu, Deus – sussurrou. – Não acredito que ela tá aqui na minha
frente, cacete! O que vou dizer? Fala alguma coisa, seu otário, ela tá na tua
frente! É... prazer, meu nome é Dave. E eu... quero te comer! Não acredito que disse isso, não acredito
que disse isso! – pensou.
- O quê? Essa garota aqui é a minha
namorada! A não ser que queira levar um soco no meio da cara, é bom prestar
mais atenção no que diz! – Gritou Chris, irritado com o irmão.
- Mas que criatura insolente, como pode ler
tantos livros e ser tão lesado assim? Ele
é até mais bonito que Chris, aparenta ter quase a minha idade – pensei. –
Mas, quantos anos você tem para falar coisas desse tipo? – Perguntei, curiosa.
- Quatorze. E você, tem quantos anos, vadia?
- Tá chamando minha namorada de puta, seu
viado? Você realmente está pedindo...
- Acalme-se Chris, com crianças, devemos ser
pacientes, mesmo que estas sejam desgraçadamente peculiares. Tenho quinze anos.
- Já que você está sendo tão simpática com
ele, vou lhes deixar a sós, assim, você o conhece melhor e vê que não é questão
de paciência. Vou preparar algo para comermos – disse Chris, enquanto fechava a
porta.
- E então, Dave, deixe-me ver esses livros.
Oh, então você gosta de poesia? Romance também! Espere, eu tenho todos estes
livros em casa! Que coincidência você ter os mesmos que eu, exatamente os
mesmos... – me lembrei do dia em que Chris esbarrou em mim e deixei caírem meus
livros. – Por acaso você estuda no Colégio Schneider Jepsen? – Perguntei, já
imaginando que os livros fossem os meus.
- Sim, por quê?
- Por acaso você achou esses livros no chão?
– Comecei a ficar alterada.
- Tudo bem, eu confesso. Eu peguei esses
livros no chão do corredor da escola. Eu sabia que eram seus, mas... eu queria
saber que tipo de literatura você gosta, queria estar a par dos seus saberes.
Se lhe insultei antes, peço desculpas, apenas repeti frases de um dos seus
livros de suspense. Fiz tudo isso porque... – logo o interrompi, pois não gosto
de esperar para falar.
- Eu percebi, por isso não me irritei,
afinal, são meus livros.
- Mas, eu fiz tudo isso porque... – o
interrompi novamente, provavelmente já sabia o que ele iria dizer.
- Sabe que deveria ter me devolvido assim
que os pegou, não é?
- Sim, mas... – tentei interrompê-lo
novamente, mas dessa vez, não adiantou. – Dessa vez você vai me ouvir! Eu
peguei aqueles livros para conhecer mais a seu respeito, eu sempre tenho visto
você de longe, vejo como é tímida e tem um mundo próprio rodeado de suas
histórias. Cristina, eu te amo, jamais amei ninguém tanto assim. Posso lhe
afirmar isso com certeza, porque mesmo sem lhe conhecer literalmente, conheço
toda a sua essência. E então, o que me diz? – Dave perguntou, com olhos
penetrantes que perfuraram toda minha alma, deixando-me duvidosa.
- Não, isso não pode acontecer. Você sabe
que estou com seu irmão, não posso amar ninguém além dele! – Estava confusa, a
ambiguidade não saía do meu peito.
- Pois, então, venha. Lhe ajudarei a
esquecer dele – Dave me agarrou e me beijou ferozmente. Não sabia o que fazer e
acabei cedendo. Ele começou a tirar minha roupa, despindo-se também, me jogando
na cama. Estávamos nus, como Adão e Eva e iríamos cumprir a ordem de ‘fecundar
e encher a Terra’. Imaginei que seria naquele momento que eu perderia a
donzelia, mas antes que o pior pudesse ocorrer, Chris abriu a porta do quarto.
- O que é isso? Eu desço para lhes agradar,
fazendo alguma comida, e vocês me retribuem traindo minha confiança? Meu
próprio irmão, com a garota que eu amo e que me fez uma promessa! Não acredito
nisso – Chris virou-se para a parede e começou a socá-la, enquanto eu
rapidamente me enrolava com o lençol.
- Espere, Chris, não é o que você está
pensando! – Tentei, de alguma forma, contornar a situação.
- Como não? De repente, eu abro a porta e
encontro meu irmão nu, em cima da minha namorada, tentando enfiar seu pinto de
moça nela. O que acha que eu iria pensar? – Chris parou por um instante,
aguardando uma resposta, mas em vão. –
Responda-me, Cristina! Você sabe que eu te amo! Você prometeu... que também me
amaria e que seria minha – disse, aos prantos.
- Esqueça ela, volta aqui, amor, deixe-me
terminar o que começamos. Chris não merece tal façanha – disse Dave, desafiando
o irmão.
- Ora, seu... – Chris partiu para cima do
irmão. – Eu vou lhe matar, seu desgraçado!
- Não, Chris, pare! – O segurei e o beijei,
para que ele se acalmasse.
- Espere Cristina ir embora, hoje você vai
levar uma boa surra. Agora se vista! Não quero mais ver essa coisa broxante se
balançando! – Chris gritou para seu irmão, enquanto batia a porta do quarto.
Agora era a minha vez de receber o sermão.
- Cristina, diga-me a verdade. Ele te
forçou, não foi? Ou você permitiu?
- Sim... eu... o permiti. Ele disse coisas
que me confundiram. Deixou-me em dúvida quando ao meu amor. Quer saber a
verdade? É, não sei mais quem amo! Mas eu sei que tem alguém a quem tenho a
obrigação de amar e, esse alguém, Christopher, é você!
- Cristina, você não tem a obrigação de me
amar apenas porque eu a salvei e muito menos se prender a uma promessa de
adolescentes. Quero apenas que você aprenda a me amar e, se não conseguir, tudo
bem. Não se sinta pressionada por mim – disse, acariciando meu rosto com
ternura. – Agora, aquilo que você iria fazer com Dave, será que não gostaria de
fazer comigo?
- Mas... Ainda não estou certa de meus
sentimentos. Não sei se já é hora de os expressar fisicamente. Por favor, me dê
algum tempo! – Inquieta, tentei fazê-lo mudar de ideia, mas não adiantou.
- Então
você realmente vai me trocar por Dave, como eu temia, já que estava satisfeita
em abrir as penas para ele... obrigado por ter dito isso CLARAMENTE, Cristina.
- Não, você não me entendeu. Tudo bem, farei
sexo com você. Só me prometa uma coisa: que estará sempre comigo, até meus últimos
dias – disse, insegura.
- Dou minha palavra, como homem. Vou me
casar contigo e estarei com você ‘até que a morte nos separe’.
Ao entrar no quarto dele, vi tudo preparado,
sua cama estava arrumada, com pequenas pétalas de rosas vermelhas em cima. “Fazer o jantar”, não é? Sei.
Deitamo-nos na cama, onde ele começou a se despir. Depois de desnudo, beijou-me
ternamente, acariciando cada parte do meu corpo. Se isso acontecesse há três
dias, estaria estapeando sua cara, chamando-o de insolente, mas dessa vez era
diferente, era especial. Eu estava gostando tanto daquilo, que não podia o
mandar parar. Todo meu prazer estava começando a acabar, quando subitamente,
senti uma intensa dor. Chris estava tentando me penetrar, atravessando minha
pele, que se rasgava aos poucos, eu gritava de agonia, mas ele repetia: “está
doendo? Pense em coisas felizes, pense no que você mais gosta e não sentirá
mais nada. Eu estou contigo, confie em mim”. Finalmente, depois de um tempo, a
pele arrebentou, sujando o edredom com o sangue. Demos uma pausa. Tentei o
fazer parar depois disso, mas nada que eu dizia adiantava, ele apenas disse
para eu tomar banho e voltar. Ele parecia estar viciado, não conseguia parar. Parece
que ele esperava algo que não conseguiu fazer.
Fui ao banheiro para tomar um banho, quando
vi uma menina, devia ser a irmã mais nova de Chris. Ela era uma garota linda,
tinha cabelos tingidos ruivos e olhos castanho-claros. Porém, o que tinha de
bonita, tinha de ignorante.
- Ah, você deve ser a puta que o Christopher
tanto nos falou. Qual o seu nome mesmo? Cláudia? Clara? Cristal? – Disse ela,
num tom sarcástico.
- É Cristina! E puta é você, sua vadia! –
Gritei, irritada.
- Oh, Cristina. Vejam só, a putinha sabe
falar, deve ser analfabeta funcional. Garanto que prontamente ofereceu essa
bocetinha pro meu maninho, não é? Pelo visto, acabou de dar – disse Anne,
olhando-me de cima a baixo.
- Cale a boca, garota insolente! Ou eu
vou...
- Ou você vai... o quê, minha querida “miga”
incompetente? Eu estive ouvindo sua conversa, tanto com Dave, quanto com
Christopher. Eu sei que você queria muito se entregar a ambos, entretanto,
apenas um poderia ser o primeiro, certo? Agora eu vou lhe dar a solução. Já que
Christopher pegou a frente, porque não dá a parte de trás para Dave? Assim,
todos saem felizes, afinal, você e sua mãe são da mesma laia! – Disse Anne,
apontando o dedo para o meu rosto.
- Ora sua... não diga que não lhe avisei! –
Esbofeteei-a nos dois lados da face, para deixar de ser amostrada. – Ofereci-me
para o seu irmão sim, mas foi por minha vontade, não por ter sido forçada. Garanto
que você gostaria muito de dar para alguém também, já que está falando tanto
sobre isto. Ah, minha mãe foi uma puta sim, mas ao menos ela ficou rica com
isso. Sua mãe é rica? Seu pai é rico? Garanto que não. Por isso, eu sei que você
gostaria muito de ter a minha vida, que é tão cheia de mordomias e requintes,
tem inveja por eu roubar seus dois irmãos também? Tem medo de ser sozinha na
vida? Deve ser essa a verdade, pois o primeiro garoto que lhe comer, não vai o
fazer por amor, mas sim para se gabar por ser o primeiro a copular com ‘a
menininha mais bonita e ingênua da turma’. Agora, reflita bem e veja quem
realmente é a puta, aquela que deu porque quis ou aquele que quer realmente dar
e que vai usar seu rostinho lindo para atrais qualquer lixo que aparece! “Dois
beijos, miga”.
Anne entrou em seu quarto, dessa vez sem
retrucar. Assim, finalmente pude ir para o banho. Em seu quarto, Anne começou a
chorar, visto que ouviu a verdade sobre si mesma. Mas ela não deixou barato,
pegou o telefone e ligou para seus pais.
- Papai, volte para casa, rápido, há um ladrão
aqui. Ele já ameaçou Dave, Chris me escondeu e está negociando com o bandido. Volte
rápido. Ah, não chame o delegado, pois ele disse que mataria Dave, caso ouvisse
o som de galopes. – Anne falou bem baixo, para parecer verdade. Essa garota
tinha uma grande vocação para atriz, ou para uma simples megera do trote.
Quando terminei o banho, fui direto para o
quarto. O edredom já havia sido trocado e Chris estava à minha espera, nu, em
sua cama. Quando ele me puxou para retomar o que foi pausado, ouvimos o som da
porta de entrada se fechando.
- Vista-se, rápido! Meus pais chegaram –
falou Chris, desesperado.
- Ok! Ainda
bem, não terei de continuar com isso – pensei, enquanto me vestia.
- Mas não pensei que vamos ficar assim, você
não está completamente perdoada, afinal, não terminamos isso direito – disse ele,
puxando-me para um último beijo.
Corremos para o quarto de Dave, para
disfarçar, porém, quando abrimos a porta, ele estava desnudo e, pior; estava se
masturbando, vendo uma de minhas fotos, que pegou na bolsa que esqueci em seu
quarto.
- Nossos pais chegaram, Dave! Vista-se rápido!
Depois me resolvo com você – disse Chris, ligeiramente raivoso.
Os pais de Chris estavam subindo as escadas,
em busca de Anne, para lhe perguntar o motivo da mentira. Bateram na porta, mas
não ouviram nada. Resolveram, então, entrar. Anne estava abaixada, no canto do
quarto, tremendo e chorando. Estava atuando muito bem, parecia até verdade, mas
esta atuação não trouxe bons resultados.
Toc, toc, toc. Ouviram-se as batidas na
porta de entrada. Jonathan desceu para atender. Uma senhora estava pedindo
abrigo e alimento. Logo, Jonathan a deixou entrar, levando-a ao quarto de hóspedes.
- Não sabe como estou agradecida, senhor –
disse a senhora, com lágrimas presas aos olhos.
- Não há de que! Fique o tempo que precisar –
disse Jonathan, tentando parecer educado.
Enquanto isso, no quarto de Dave, estávamos
nos perguntando quem batera na porta. Então, para conferir, Dave resolveu sair
e verificar. Ele encontrou seu pai entrando no quarto e o parou.
- Pai! Quando o senhor chegou?
- Já faz um tempo, mas... você não estava
como refém?
- Não! Quem lhe disse essa besteira? Foi Anne
novamente, não foi? – Dave estava irritado com a irmã farsante.
- Anne! Venha qui fora, agora! – Gritou
Jonathan, nervoso por ter saído do trabalho a toa.
- Ah não, ele descobriu mamãe, por favor,
acalme-o, eu só estava sentindo falta de vocês dois. Chris trouxe uma garota
para casa, eu estava com medo de algum policial aparecer e perguntar o motivo
dos gritos e gemidos dela – disse Anne, abraçando sua mãe, com uma expressão
maliciosa.
- Seu irmão não perde tempo, não é? Fique aqui,
filha, vou conversar com o seu pai – disse Sarah, sempre fácil de ser enganada.
- Não precisa falar nada, eu já ouvi tudo! Vou
ter uma longa conversa com esses dois – disse Jonathan, decepcionado com seu
filho.
Ouvimos apenas batidas na porta, tentamos
fazer o mínimo de barulho possível. Sabíamos que, a essa altura, Anne já havia
dito ao seu pai o que acontecera. Chris tentou me esconder antes que seu pai
abrisse a porta, mas não pôde fazê-lo a tempo.
- Christopher Smitt, o que você tem na
cabeça? Tem noção do que acabou de fazer?
- Sim, pai, eu tenho noção do que fiz. Mas quero
que saiba, eu a amo e ela também me ama. Isso já era esperado de um casal
apaixonado, não?
- Mesmo assim, você saiu hoje do hospital e
já está assim? Além de que essa menina vem de uma prestigiada família, imagina
a desonra que isso a trará afora! – Jonathan abaixou a cabeça, lamentando.
- Minha mãe fez coisa pior, seu Jonathan. Ao
menos eu pude me entregar a quem amo – abracei Chris, ou era quem eu achava que
estava abraçando. Acabei perdendo meus óculos em meio à confusão e, por isso, acidentalmente,
abracei Jonathan.
- Menina, não me toque desse jeito! Christopher
falou tão vem de você, mas vejo que não é nada disso. Fora daqui vagabunda,
agora! Christopher, leve-a para casa, passe a noite fora hoje e pense no que
fez!
- Acalme-se querido, pense melhor, eles não
são mais crianças! São apenas dois jovens apaixonados, que quiseram levar seu
amor a um nível extremo. Não aja como se não tivesse feito isso também. Ainda mais
novo que Chris, estou errada? – Perguntou Sarah, acabando com o que restava da
razão de Jonathan.
- Ca... ca... cale-se! – Gaguejou. – Eu não
era uma pessoa ajuizada na época, por isso não quero que meus filhos percam o
juízo também.
- Pode ir, minha filha, não ligue para o que
esse velho diz. Eu sei que hoje foi um dia importante para você. Foi um pouco
apressada para ter esse dia, aliás, meu filho foi apressado para lhe dar esse
dia, não é? – Ela lançou um olhar penetrante sobre Chris, que o deixou
envergonhado. – Leve-a, Chris, você, mais que ninguém, deve estar com ela
agora. Vá até a casa dela e diga a sua mãe o que aconteceu.
- Ok, mãe! Vamos indo, Cristina – disse Chris,
com um sorriso no rosto, enquanto seu pai acenava a cabeça, com negação.
***
Cristina teve seus pensamentos interrompidos
pelas batidas na porta. Levantei-me do sofá para atender. Para nossa surpresa,
meu tio finalmente havia resolvido voltar.
- Onde esteve, tio? – Perguntei, esquecido
do que acontecera um mês atrás.
- Não lhe dirija a palavra, Raven! Este
homem é um assassino! – Gritou Cristina.
- Não me entenda mal, Cristina. Não foi isso
que aconteceu. Ray, deixe-nos a sós, agora.
- O que houve de tão grave que não posso
ouvir? – Questionei.
- Vá, meu filho, Victor está lá no quarto,
fala companhia a ele! – Ordenou Cristina,
Meu pai, por sorte, ainda não havia chegado.
Mas quando chegasse, provavelmente haveria uma nova discussão. Contudo, ele não
conseguiu chegar a tempo e, numa tentativa frustrada de nos salvar, o pior
aconteceu.
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Fica por aqui, o capítulo de hoje. Sei que foi longo, mas espero que tenham lido até o final ^^. Semana que vem, estamos de volta ao presente, onde "o pior" vai acontecer. Lembrando que valorizo muito a opinião de vocês, portanto, curtam, comentem e compartilhem! Até a próxima!
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