Livro de Resenhas | Veio ler? Não se contenha

sábado, 15 de agosto de 2015

O Renascer do Outono - Capítulo VII

Olá novamente, pessoas! cá está o capítulo VII do livro. Meio grandinho, mas não liguem, espero prender vocês até o final.
Como sempre, seguem os links dos capítulos anteriores: 

Capítulo VII
Cristina – A última lágrima, a última esperança – Parte I
A prisioneira

- Não sei como lhe agradecer, Chris. Enfim, obrigada por hoje! – Disse, com um belo sorriso estampado no rosto.
   - Não tão rápido, amor! Há sim uma forma de me agradecer. Apenas me dê um longo beijo – disse Chris, acariciando meu rosto e, em seguida, puxando-me para junto de si. Porém, o momento não durou muito, já que uma voz não muito estranha resolveu nos impedir.
   - Que falta de decência é essa na frente da minha casa? Vá embora daqui garoto insolente! – Gritou Kátia, tirando seu chinelo e o apontando na direção do rosto de Chris.
   - Não, não, senhora. Por favor, acalme-se. Sou o namorado da sua filha, por que não poderia a beijar? – Perguntou num tom sarcástico.
   - Não me importa, seu filho de uma... uma... tome! – Kátia atirou, sem dó, o chinelo e Chris descaradamente se abaixou, deixando o chinelo me acertar.
   - Infeliz! Olhe o que fez à minha pobre filha. Venha aqui, Cristina, vamos entrar – minha mãe me puxou para dentro de casa, dando um último aviso a Chris. – Amanhã resolvo as coisas com você!
   Kátia apenas me mandou para o quarto, trancando-se no seu. Resolvi, então, dormir. Nossos quartos ficavam um ao lado do outro, por isso eu podia ouvir qualquer barulho que ela fizesse. Nesse dia, ouvi minha mãe lamentando, chorando desoladamente.
   - Por que, meu Deus... minha filha teve que herdar esse meu lado que tanto quero esquecer? Eu a criei tão bem, mas ela insiste em se rebelar.
   Não sabia que minha mãe sofria ao ver o meu comportamento, não tinha ideia de como ela se sentia. Mas eu já estava crescida, não podia viver sob suas ordens para sempre. Um dia ela vai aceitar. Vou dormir, amanhã será um longo dia. Sei que ela estará melhor.
   Quando amanheceu, Chris já estava no portão à minha espera. Pensei em me arrumar melhor, já que passaria o dia com ele. Larguei os óculos e pus as lentes de contato que minha mãe me dera como presente. Quando terminei de me aprontar, fui o atender.
   - Bom dia amor, dormiu bem? – Perguntou, puxando-me para um beijo.
   - Bom dia, Chris. Dormi muito bem! – Não havia dormido nada, pensando no dia seguinte. – Mal posso esperar para sairmos da escola. Quero passar o dia todo contigo! – Numa segunda olhada, percebi que ele estava sujo e com machucados. – O que houve? O que são esses machucados? – Olhei para o outro lado da rua e lá havia um pedaço de papelão, coberto por uma toalha. – Você dormiu na rua? Doido! Rápido, entre e tome um banho. Hoje não vamos para a escola.
   - Temos prova, esqueceu? Ainda é cedo, não precisamos faltar. Vamos entrar, estou morto de fome.
   Realmente era cedo, Chris me chamou às seis da manhã, quando nosso horário era às oito – como não consegui dormir, já havia me arrumado para a escola e acabei perdendo a noção do tempo. – Minha mãe ainda estava dormindo, assim, fizemos silêncio, afinal, não a queríamos acordada. Depois que Chris tomou banho, tomamos café e saímos para a escola às sete e meia.
   Ambos caminhamos lado a lado para a escola. O dia estava lindo, com um céu azul inusitado, absterso de nuvens. O forte clarear do sol, junto a uma leve brisa que jogava os lisos cabelos castanhos de Chris de um lado ao outro, faziam-no resplandecer com toda sua divindade. Estava paralisada com tamanha beleza e, para me abalar ainda mais, um súbito giro, um lance de olhar e um doce sorriso pairavam diante de mim.
   - Ei, Cristina, espere por mim! – Como um furacão avassalador, Dave chegou aos gritos para estragar todo o momento.
   - Não nos atrapalhe, fedelho desgraçado! – Disse Christopher, lançando sobre Dave um longo olhar de desprezo. Não achei que por minha culpa eles teriam tal desgosto um do outro.
   - Espere, Chris. Ele é seu irmão, trate-o com tal e não como se fosse uma criança de rua – o repreendi, efetivamente. Chris deu um forte suspiro, calou-se e desviou o olhar do irmão.
   Chegando à escola, tive meu primeiro desgosto do dia. Estava cara a cara com a encarnação do demônio.
   - Bom dia, que-ri-da – disse Anne, num tom debochado, olhando-me de cima a baixo. Apenas a ignorei e passei direto por ela, porém, ela me parou e abriu a boca novamente. – Espere, vadia mirim! Estou falando com você. Não pense que me esqueci de seu comentário, não vou deixar que isso fique assim, vou lhe expor a todo colégio!
   - Ah, é mesmo? Vamos ver se você tem coragem de fazer isso, querida maninha. Atreva-se, mas depois... é bom se esconder – disse Chris, aproximando-se e a olhando friamente.
   Anne não disse mais nada, apenas abaixou a cabeça, começou a tremer e foi embora, correndo para fora da escola. O professor que iria aplicar a prova, pelo visto, faltou. Ao menos tive essa notícia boa. Enquanto andávamos, percebi vários olhares sobre mim. Envergonhada, corri para a sala. Não adiantou muito, visto que já havia um grupo de garotas, as quais me receberam tão amigavelmente, que seria preferível discutir com Anne.
   - Olhem só quem chegou, a feinha sorridente! Está muito feliz hoje, não é? Feliz até demais... agora pode nos dizer como é dar para dois na mesma coisa? – Perguntou Simoni, a garota mais popular do colégio.
   - Não, não, minha filha. E fique sabendo que não lhe devo explicações, afinal, vocês são meras baratas que não influenciam na minha vida. Mas, se ainda assim insiste tanto em se meter, por que não pega duas garrafas e as enfia nos seus orifícios excretórios? – Virei as costas para sair da sala, todavia, ela se prontificou a falar novamente.
   - Não pense que vai fugir, putinha! E pode largar esse seu portuguesinho de esnobe. Toda a escola agora vai saber sobre você e os irmãos Smitt. Não sei o que viram em você... ah! Não me diga que você se ofereceu? – Disse Simoni, com um olhar maléfico.
   Chris entrou na sala furioso, agarrando Simoni pelos cabelos, jogando-a no chão.
   - Diga uma só palavra a mais e não respondo por mim. Não preciso ser cavalheiro com uma praga como você! Por que arrelias tanto Cristina? Será que tem inveja por eu ter escolhido a ela e não a você? Você deve estar louca para foder comigo, não é? Olha essa sua carinha de piranha, eu sei que você quer. Mas, sabe de uma coisa? – Chris se abaixou e gritou em seu ouvido. – VOCÊ NUNCA ME TERÁ!
   Simoni estremeceu até a alma. Estava aflita, seus olhos remexiam, procurando por alguém que a ajudasse, entretanto, ninguém o fez. Ela, então, resolveu fugir por si mesma, agarrando-se à sua sede por retrucar.
   - Fique feliz por seu companheiro de foda ter lhe salvado! – Disse Simoni, levantando-se do chão. – Quero ver quando ele não estiver por perto para te proteger. Tenha em mente que da próxima vez que nos encontrarmos, você não sairá ilesa! – Simoni andou até a porta, me encarando com indiferença. Chris não gostou nada de seu olhar perante mim e a olhou terrivelmente, deixando uma aura ameaçadora. Ele correu atrás dela, ouvimos apenas os sonoros gritos temerosos de Simoni, que se pôs a fugir, mas não conseguiu escapar.
   - NUNCA, me ouviu? Nunca volte a olhar assim para Cristina – disse Chris, apertando o pescoço de Simoni contra a parede, asfixiando-a. – Se eu souber que você a insultou, ou sequer tocou nela, você vai levar uma surra que nem seus pais se atreveram a dar. Não pense que tenho pena de alguém como você!
   Chris se levantou, olhando-a de cima com aversão. Simoni, vendo sua situação, somente abaixou a cabeça, sussurrando: “Eu ainda te amo”, e começou a chorar.

***

   Há dois anos, Chris e Simoni viveram um terno romance, entretanto, por causa de uma traição da parte dela, eles se separaram. Simoni havia o chamado para passar o dia fora, já que era seu aniversário, mas Chris recusou, alegando que sairia com seus amigos. Ela ficou chateada, mas não perderia seu dia por isso. Foi sozinha a uma praça ao lado do centro comercial e lá permaneceu por algumas horas, sentada num banco. Chris chamou uma amiga de Simoni para o ajudar a escolher um presente para ela no centro comercial. Quando os viu entrar numa joalheria, Simoni achou que ele estava a traindo.
   - Não posso acreditar nisso, traindo-me com minha própria amiga! Não, isso não vai ficar assim. Olho por olho, dente por dente, traição por traição – disse, segurando as lágrimas.
   Simoni segurou o primeiro garoto que encontrou e pediu para ficar com ele. Ambos foram até a frente da joalheria e se beijaram. Quando os viu juntos, Chris rapidamente saiu, dando um soco no garoto que estava com sua namorada.
   - Não, Chris! O que você fez? Ele agora é meu namorado – disse Simoni, ajudando o garoto.
   - Como assim ‘seu namorado’? Seu namorado sou eu! – Gritou.
   - A fila anda, a catraca gira, se sentiu saudades, vai para o final da fila.
   Chris largou o presente que havia comprado e correu. Foi quando Simoni viu no chão uma pequena caixa, embrulhada, com um recado: “De Chris para meu querido amor: Simoni”. Ela abriu e lá havia um anel dourado, com as iniciais C&S. foi então que ela caiu em si e correu atrás de Chris. Mas já era tarde, ela o havia perdido. No dia seguinte, quando se encontraram na escola, ela tentou falar com Chris, mas ele apenas a ignorou, o que tem feito durante esses dois anos.

***

   - Vamos, Chris. Não quero mais ficar perto de tanta gente insolente. Estou muito atarefada hoje.
   - Cristina, espera! – Gritou uma menina, com um rosto não muito agradável de se olhar.
   - Olívia, amiga! Quero lhe apresentar ao meu namorado, Christopher Smitt – disse, entusiasmada.
   - Prazer em te conhecer, trate bem a minha amiga, hein! Se eu souber que a fez algum mal, vai se ver comigo! É um gato, hein, amiga – Olívia cochichou em meu ouvido, deixando escapar algumas risadas. – Agora vamos ali, quero conversar com você.
   - Aonde vão? – Perguntou Chris.
   - Vou conversar com Olívia, depois nos vemos – disse, enquanto me distanciava.
   - É bem conveniente para mim que esteja com ele. Suponho que não tenha esquecido que gosto do Dave, não é?
   - Err... claro que não, imagine! – Falei, nervosa.  
   - Ei, amor! Estava lhe procurando – disse Dave, abraçando-me.
   Ao ver a cena, Olívia se afastou, acenando a cabeça com negação.
   - Então os boatos eram verdadeiros... – pensou. – Você não presta, Cristina!
   - O que houve com sua amiga? – Perguntou Dave.
   - Não houve nada. Dave, vou repetir novamente, mas essa é a última vez. Você sabe que sou a namorada do seu irmão, então tenha mais respeito com seu próprio sangue! Vamos esquecer esse equívoco por enquanto. Eu soube que em uma garota que está louca por você. Está interessado?
   - Depende. Pode ser que sim, por ser que não, vamos ver como ela é. Leve-me até ela.
   - Não preciso lhe levar, afinal, você já sabe quem é. É a minha amiga que acabou de sair daqui correndo, o nome dela é Olívia. O que acha dela, arrasador de corações? – Disse, dobrando o braço e batendo, carinhosamente, o cotovelo em sua barriga.
   - Não sei... não a achei muito atraente – disse Dave, duvidoso.
   - É a sua única opção, já que a mim não terá.
   - Tudo bem, Cristina, vou pensar. Ah, já sei! Isso me deu uma ótima ideia para a fazer largar meu irmão – pensou.
   - Sabe o quê? O que pretende fazer? – Desconfiei.
   - Não é nada. Estou de saída, até logo.
   Voltei ao lugar onde deixei Chris, mas não o encontrei lá. O esperei por três horas, até que ele resolveu aparecer.
   - Onde esteve todo esse tempo? Estou há horas lhe esperando! – Perguntei, irritada.
   - Dave queria falar comigo, não foi nada demais. Enfim, esqueça isso e vamos embora – Chris me puxou pela mão.
   Finalmente, depois de toda aquela loucura, saímos da escola. Chris estava pensativo, levantando o pulso para ver as horas a todo instante.
   - Está na hora, Cristina. Quero te levar a um lugar e fazer uma coisa que antes não pude.
   Fomos a um centro comercial, onde ficamos durante o resto do dia e ao fim deste, ele me levou a uma joalheria, deixou-me na porta e entrou. Lá, ele encontrou uma amiga que estava com um envelope e um presente e os trouxe para mim.
   - Antes de abrir o presente, leia essa carta que lhe fiz com todo o meu amor. Nela, falo tudo sobre mim, coisas que jamais disse a outros, tudo que não tenho coragem de lhe dizer pessoalmente. Espero que compreenda e me aceite como sou – disse Chris, com um leve sorriso no rosto, demonstrando insegurança.

   “Tive uma vida não muito correta antes de estar contigo. Se lhe servir de consolo quando terminar de ler, saiba que lhe amo como nunca antes amei alguém. Há dois anos, para superar a dor e as mágoas do buraco que ficou em meu coração, busquei as drogas. Quando comecei a me drogar, tornei-me uma pessoa diferente, passei a frequentar diariamente um bordel. Vi diversas garotas, de todos os tipos, e comecei a as desejar. Mas para as ter, deveria pagar por elas e não conseguia sustentar nada, senão meu vício pelas drogas. Assim, decidi ter uma vida dupla, de dia eu ia ao bordel e pagava uma sessão com uma garota e, à noite, me travestia enquanto drogado, para poder ganhar esse dinheiro. Vivi dessa forma durante um ano, enquanto via cartazes de desaparecido com meu nome, já que não havia voltado para casa.
   Na primeira sexta-feira do ano seguinte, à noite, não aguentei esperar mais tempo para usar drogas, então, desesperadamente procurei alguém que quisesse uma sessão e, por fim, encontrei. Não era apenas um, mas três, que se aproveitaram do meu estado e me violentaram, deixando-me nu em um beco, onde permaneci desmaiado até a manhã de sábado. Quando acordei e me vi naquele estado, me desesperei, sabia que havia contagiado alguma DST. Me vesti com os trapos que sobraram; uma mini saia rasgada, uma calcinha furada na parte de trás, molhada e uma blusa sem uma das alças. Estava com muita vergonha e medo para sair dali, por isso, ali fiquei até o anoitecer e acabei dormindo.
   Duas mulheres da Assembleia de Deus estavam passando por ali e me viram naquele estado. Logo, largaram suas coisas e me levaram para sua casa, onde cuidaram de mim e, como retribuição, decidi largar toda aquela vida e me converti a protestante. Em uma semana, com todo esforço que fiz, consegui largas as drogas e parei de ir ao bordel, entretanto, as irmãs me acharam travestido e não perceberam que eu era homem. Continuei alimentando essa mentira, até o dia em que na igreja, lançaram-me olhares ridicularizadores e pretenciosos, já estavam desconfiados de que eu não era mulher. Quando voltei para casa, estavam as duas irmãs, na companhia de uns amigos da igreja, que me ofereceram uma xícara de chá. O que eu não sabia era que esse chá continha narcótico, que fez com que eu dormisse profundamente. Eles logo me despiram e confirmaram que eu era homem.
   Acordei no dia seguinte, no beco onde estava antes, mas dessa vez, vestido adequadamente. Decidi voltar para casa, onde estavam à minha espera meus pais, irmãos e a menina infeliz que causara toda minha dor, Simoni. Ao ver sua face, me alterei, falei em cima dele e apertei gradativamente seu pescoço, deixando-a sem ar, até seu desmaio. Vendo a situação, meu pai me deu um soco e me trancou no quarto, embora estivesse emocionado por me ver. Não quis ais voltar para a escola ou ter contato com qualquer pessoa, somente saia do meu quarto para necessidades básicas e, assim permaneci pelo resto do ano, até meus pais me levarem a um psicólogo, que me ajudou a superar esses problemas.
   Hoje, tento me esquecer desse passado e da raiva que sinto por Simoni. Você me ajudou a esquecer tudo, seu amor de fortalece e cria uma barreira entre meu passado e eu. Tenha em mente que jamais lhe trairei, por isso, confie em mim e jamais me traia”.

   - Não sabia que tinha uma história dessas... estou assustada agora, você tem alguma DST? – Perguntei, de forma insensível.
   - Não, não tenho. Eu também estive com medo de ter uma dessas doenças, porém, após fazer o exame, vimos que deu negativo. Portanto, fique tranquila, não lhe passei doença alguma – forçou um sorriso.
   - Ah, Deus é pai! – Pensei. – Bom, em resposta, saiba que eu te amo e jamais lhe trairei, como você já foi traído. Estarei sempre contigo, sendo seu apoio. Vamos terminar logo isso. Deixe que eu abra meu presente – o desembrulhei e abri a caixa. Era um anel. – Que lindo! Um anel com nossas iniciais, que símbolo é esse entre elas?
   - É o símbolo de infinito, porque nosso amor é eterno. Eu sei, bem clichê! Mas vamos fazer uma promessa? Há dois anéis, pegue um deles. Estarei contigo eternamente, mesmo após a morte, serás eternamente minha – Chris colocou o anel em meu dedo anelar da mão direita.
   Passamos o resto da noite juntos, ao menos até às onze horas da noite, quando Chris decidiu voltar. Ao chegar em casa, ele lembrou de Anne e de sua fofoca pela escola, correndo para o seu quarto, mas para sua surpresa, ela não estava lá. Ele a procurou por toda a casa e quando chegou na cozinha, viu um bilhete preso a geladeira, dizendo: “Estou na casa de uma amiga e dormirei lá. Não se preocupem comigo, amanhã à tarde estarei de volta”. Chris apenas desistiu.
   - Estou cansado demais para caçar Anne a essa hora. Amanhã me resolverei com ela – pensou.

   Estava tendo um ótimo sonho com Chris, quando fui subitamente acordada por um forte estrondo vindo da sala. Saltei da cama com o coração acelerado, tremendo. Vai ver o que é Cristina, não seja essa menina medrosa que depende dos outros. Haja sozinha, seja destemida, ao menos uma vez se deixe influenciar por Chris e seja uma inconsequente! Me levantei da cama vagarosamente para não fazer barulho, abri a porta e caminhei cautelosamente até a sala. Procurei algo quebrado, mas nada encontrei, estava tudo em seu perfeito estado, todavia, quando me virei, um horrendo rosto surgiu, não pude ver detalhadamente como era, só tive tempo de ver seus olhos vermelhos antes de cair num sono profundo. Acordei dentro de uma caverna úmida e fria. Tentei sair de lá, mas quando cheguei ao seu fim, encontrei duas ramificações. Caminhei até o final da ramificação direita, no entanto, encontrei mais duas passagens. Foi então que percebi que estava presa num labirinto e de lá não sairia tão fácil.
   Havia se passado seis horas, minha alma gritava por água e comida, além do forte frio que sentia. Olhava para os lados, mas a escuridão tudo encobria, até que, para me salvar da agonia, uma brilhante luz surgiu, trazendo consigo um pedaço de papel, flutuando. Ao pegá-lo, notei que era um bilhete, com algumas instruções e palavras de outra língua.

   Minha querida jovem, sei que está difícil sua situação, mas sei que você é forte e irá aguentar. Você é uma menina muito especial, tem um fantástico dom. estou apenas lhe ajudando a despertar. Quanto à sua alimentação, não se preocupe. Não lhe deixarem morrer de fome, siga as instruções abaixo e conseguirá sair com vida deste lugar.
   Antes de escolher entre dois caminhos, pense bem, reflita e siga sua intuição. Se achar que por um lugar vai se perder, por ele não vá. Se achar que nenhum dos dois lhe levará ao lugar certo, procure o terceiro caminho. Mas lembre-se, não deve sempre procurar o terceiro, pois caso sua escolha seja a errada, poderá perder a vida.
   Procure cinco pedras, coloque-as no chão formando um pentágono, feche os olhos, coloque sua mão direita no centro e pense no que quer, seja comida ou bebida e ela ali surgirá.
   Quando estiver perdida e não souber por onde ir, assobie e ouça bem para onde o eco irá e siga-o. São apenas estas as instruções. Espero que as acate e que os deuses estejam ao seu lado.

   Me vi prisioneira de alguém que nem ao menos mostraria sua face. Estava com medo de escolher um caminho errado e morrer, mas se não me arriscasse, jamais sairia de lá.

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Fica por aqui mais um capítulo. Como Cristina vai sair de lá? Isso vocês não saberão no próximo capítulo ainda. Na próxima semana vocês verão por onde anda Anne. Não esqueçam de curtir, comentar, compartilhar e blah, blah, blah, vocês já sabem, certo? Até semana que vem.

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