Olá novamente, pessoas! cá está o capítulo VII do livro. Meio grandinho, mas não liguem, espero prender vocês até o final.
Como sempre, seguem os links dos capítulos anteriores:
Capítulo VII
Cristina
– A última lágrima, a
última esperança – Parte I
A prisioneira
-
Não sei como lhe agradecer, Chris. Enfim, obrigada por
hoje! – Disse, com um belo sorriso estampado no rosto.
- Não tão rápido, amor! Há sim uma forma de
me agradecer. Apenas me dê um longo beijo – disse Chris, acariciando meu rosto
e, em seguida, puxando-me para junto de si. Porém, o momento não durou muito,
já que uma voz não muito estranha resolveu nos impedir.
- Que falta de decência é essa na frente da
minha casa? Vá embora daqui garoto insolente! – Gritou Kátia, tirando seu
chinelo e o apontando na direção do rosto de Chris.
- Não, não, senhora. Por favor, acalme-se.
Sou o namorado da sua filha, por que não poderia a beijar? – Perguntou num tom
sarcástico.
- Não me importa, seu filho de uma... uma...
tome! – Kátia atirou, sem dó, o chinelo e Chris descaradamente se abaixou,
deixando o chinelo me acertar.
- Infeliz! Olhe o que fez à minha pobre
filha. Venha aqui, Cristina, vamos entrar – minha mãe me puxou para dentro de
casa, dando um último aviso a Chris. – Amanhã resolvo as coisas com você!
Kátia apenas me mandou para o quarto,
trancando-se no seu. Resolvi, então, dormir. Nossos quartos ficavam um ao lado
do outro, por isso eu podia ouvir qualquer barulho que ela fizesse. Nesse dia,
ouvi minha mãe lamentando, chorando desoladamente.
- Por que, meu Deus... minha filha teve que
herdar esse meu lado que tanto quero esquecer? Eu a criei tão bem, mas ela
insiste em se rebelar.
Não sabia que minha mãe sofria ao ver o meu
comportamento, não tinha ideia de como ela se sentia. Mas eu já estava
crescida, não podia viver sob suas ordens para sempre. Um dia ela vai aceitar. Vou dormir, amanhã será um longo dia. Sei que
ela estará melhor.
Quando amanheceu, Chris já estava no portão
à minha espera. Pensei em me arrumar melhor, já que passaria o dia com ele.
Larguei os óculos e pus as lentes de contato que minha mãe me dera como
presente. Quando terminei de me aprontar, fui o atender.
- Bom dia amor, dormiu bem? – Perguntou,
puxando-me para um beijo.
- Bom dia, Chris. Dormi muito bem! – Não
havia dormido nada, pensando no dia seguinte. – Mal posso esperar para sairmos
da escola. Quero passar o dia todo contigo! – Numa segunda olhada, percebi que
ele estava sujo e com machucados. – O que houve? O que são esses machucados? –
Olhei para o outro lado da rua e lá havia um pedaço de papelão, coberto por uma
toalha. – Você dormiu na rua? Doido! Rápido, entre e tome um banho. Hoje não
vamos para a escola.
- Temos prova, esqueceu? Ainda é cedo, não
precisamos faltar. Vamos entrar, estou morto de fome.
Realmente era cedo, Chris me chamou às seis
da manhã, quando nosso horário era às oito – como não consegui dormir, já havia
me arrumado para a escola e acabei perdendo a noção do tempo. – Minha mãe ainda
estava dormindo, assim, fizemos silêncio, afinal, não a queríamos acordada.
Depois que Chris tomou banho, tomamos café e saímos para a escola às sete e
meia.
Ambos caminhamos lado a lado para a escola.
O dia estava lindo, com um céu azul inusitado, absterso de nuvens. O forte
clarear do sol, junto a uma leve brisa que jogava os lisos cabelos castanhos de
Chris de um lado ao outro, faziam-no resplandecer com toda sua divindade.
Estava paralisada com tamanha beleza e, para me abalar ainda mais, um súbito
giro, um lance de olhar e um doce sorriso pairavam diante de mim.
- Ei, Cristina, espere por mim! – Como um
furacão avassalador, Dave chegou aos gritos para estragar todo o momento.
- Não nos atrapalhe, fedelho desgraçado! –
Disse Christopher, lançando sobre Dave um longo olhar de desprezo. Não achei
que por minha culpa eles teriam tal desgosto um do outro.
- Espere, Chris. Ele é seu irmão, trate-o
com tal e não como se fosse uma criança de rua – o repreendi, efetivamente.
Chris deu um forte suspiro, calou-se e desviou o olhar do irmão.
Chegando à escola, tive meu primeiro
desgosto do dia. Estava cara a cara com a encarnação do demônio.
- Bom dia, que-ri-da – disse Anne, num tom
debochado, olhando-me de cima a baixo. Apenas a ignorei e passei direto por
ela, porém, ela me parou e abriu a boca novamente. – Espere, vadia mirim! Estou
falando com você. Não pense que me esqueci de seu comentário, não vou deixar
que isso fique assim, vou lhe expor a todo colégio!
- Ah, é mesmo? Vamos ver se você tem coragem
de fazer isso, querida maninha. Atreva-se, mas depois... é bom se esconder –
disse Chris, aproximando-se e a olhando friamente.
Anne não disse mais nada, apenas abaixou a
cabeça, começou a tremer e foi embora, correndo para fora da escola. O
professor que iria aplicar a prova, pelo visto, faltou. Ao menos tive essa
notícia boa. Enquanto andávamos, percebi vários olhares sobre mim.
Envergonhada, corri para a sala. Não adiantou muito, visto que já havia um
grupo de garotas, as quais me receberam tão amigavelmente, que seria preferível
discutir com Anne.
- Olhem só quem chegou, a feinha sorridente!
Está muito feliz hoje, não é? Feliz até demais... agora pode nos dizer como é
dar para dois na mesma coisa? – Perguntou Simoni, a garota mais popular do
colégio.
- Não, não, minha filha. E fique sabendo que
não lhe devo explicações, afinal, vocês são meras baratas que não influenciam
na minha vida. Mas, se ainda assim insiste tanto em se meter, por que não pega
duas garrafas e as enfia nos seus orifícios excretórios? – Virei as costas para
sair da sala, todavia, ela se prontificou a falar novamente.
- Não pense que vai fugir, putinha! E pode
largar esse seu portuguesinho de esnobe. Toda a escola agora vai saber sobre
você e os irmãos Smitt. Não sei o que viram em você... ah! Não me diga que você
se ofereceu? – Disse Simoni, com um olhar maléfico.
Chris entrou na sala furioso, agarrando
Simoni pelos cabelos, jogando-a no chão.
- Diga uma só palavra a mais e não respondo
por mim. Não preciso ser cavalheiro com uma praga como você! Por que arrelias
tanto Cristina? Será que tem inveja por eu ter escolhido a ela e não a você?
Você deve estar louca para foder comigo, não é? Olha essa sua carinha de
piranha, eu sei que você quer. Mas, sabe de uma coisa? – Chris se abaixou e
gritou em seu ouvido. – VOCÊ NUNCA ME TERÁ!
Simoni estremeceu até a alma. Estava aflita,
seus olhos remexiam, procurando por alguém que a ajudasse, entretanto, ninguém
o fez. Ela, então, resolveu fugir por si mesma, agarrando-se à sua sede por
retrucar.
- Fique feliz por seu companheiro de foda
ter lhe salvado! – Disse Simoni, levantando-se do chão. – Quero ver quando ele
não estiver por perto para te proteger. Tenha em mente que da próxima vez que
nos encontrarmos, você não sairá ilesa! – Simoni andou até a porta, me
encarando com indiferença. Chris não gostou nada de seu olhar perante mim e a
olhou terrivelmente, deixando uma aura ameaçadora. Ele correu atrás dela,
ouvimos apenas os sonoros gritos temerosos de Simoni, que se pôs a fugir, mas
não conseguiu escapar.
- NUNCA, me ouviu? Nunca volte a olhar assim
para Cristina – disse Chris, apertando o pescoço de Simoni contra a parede,
asfixiando-a. – Se eu souber que você a insultou, ou sequer tocou nela, você
vai levar uma surra que nem seus pais se atreveram a dar. Não pense que tenho
pena de alguém como você!
Chris se levantou, olhando-a de cima com
aversão. Simoni, vendo sua situação, somente abaixou a cabeça, sussurrando: “Eu
ainda te amo”, e começou a chorar.
***
Há dois anos, Chris e Simoni viveram um
terno romance, entretanto, por causa de uma traição da parte dela, eles se
separaram. Simoni havia o chamado para passar o dia fora, já que era seu
aniversário, mas Chris recusou, alegando que sairia com seus amigos. Ela ficou
chateada, mas não perderia seu dia por isso. Foi sozinha a uma praça ao lado do
centro comercial e lá permaneceu por algumas horas, sentada num banco. Chris
chamou uma amiga de Simoni para o ajudar a escolher um presente para ela no
centro comercial. Quando os viu entrar numa joalheria, Simoni achou que ele
estava a traindo.
- Não posso acreditar nisso, traindo-me com
minha própria amiga! Não, isso não vai ficar assim. Olho por olho, dente por
dente, traição por traição – disse, segurando as lágrimas.
Simoni segurou o primeiro garoto que
encontrou e pediu para ficar com ele. Ambos foram até a frente da joalheria e
se beijaram. Quando os viu juntos, Chris rapidamente saiu, dando um soco no
garoto que estava com sua namorada.
- Não, Chris! O que você fez? Ele agora é
meu namorado – disse Simoni, ajudando o garoto.
- Como assim ‘seu namorado’? Seu namorado
sou eu! – Gritou.
- A fila anda, a catraca gira, se sentiu
saudades, vai para o final da fila.
Chris largou o presente que havia comprado e
correu. Foi quando Simoni viu no chão uma pequena caixa, embrulhada, com um
recado: “De Chris para meu querido amor: Simoni”. Ela abriu e lá havia um anel
dourado, com as iniciais C&S. foi então que ela caiu em si e correu atrás
de Chris. Mas já era tarde, ela o havia perdido. No dia seguinte, quando se
encontraram na escola, ela tentou falar com Chris, mas ele apenas a ignorou, o
que tem feito durante esses dois anos.
***
- Vamos, Chris. Não quero mais ficar perto
de tanta gente insolente. Estou muito atarefada hoje.
- Cristina, espera! – Gritou uma menina, com
um rosto não muito agradável de se olhar.
- Olívia, amiga! Quero lhe apresentar ao meu
namorado, Christopher Smitt – disse, entusiasmada.
- Prazer em te conhecer, trate bem a minha
amiga, hein! Se eu souber que a fez algum mal, vai se ver comigo! É um gato,
hein, amiga – Olívia cochichou em meu ouvido, deixando escapar algumas risadas.
– Agora vamos ali, quero conversar com você.
- Aonde vão? – Perguntou Chris.
- Vou conversar com Olívia, depois nos vemos
– disse, enquanto me distanciava.
- É bem conveniente para mim que esteja com
ele. Suponho que não tenha esquecido que gosto do Dave, não é?
- Err... claro que não, imagine! – Falei,
nervosa.
- Ei, amor! Estava lhe procurando – disse
Dave, abraçando-me.
Ao ver a cena, Olívia se afastou, acenando a
cabeça com negação.
- Então
os boatos eram verdadeiros... – pensou. – Você não presta, Cristina!
- O que houve com sua amiga? – Perguntou
Dave.
- Não houve nada. Dave, vou repetir
novamente, mas essa é a última vez. Você sabe que sou a namorada do seu irmão,
então tenha mais respeito com seu próprio sangue! Vamos esquecer esse equívoco
por enquanto. Eu soube que em uma garota que está louca por você. Está
interessado?
- Depende. Pode ser que sim, por ser que
não, vamos ver como ela é. Leve-me até ela.
- Não preciso lhe levar, afinal, você já
sabe quem é. É a minha amiga que acabou de sair daqui correndo, o nome dela é
Olívia. O que acha dela, arrasador de corações? – Disse, dobrando o braço e
batendo, carinhosamente, o cotovelo em sua barriga.
- Não sei... não a achei muito atraente –
disse Dave, duvidoso.
- É a sua única opção, já que a mim não
terá.
- Tudo bem, Cristina, vou pensar. Ah, já
sei! Isso me deu uma ótima ideia para a
fazer largar meu irmão – pensou.
- Sabe o quê? O que pretende fazer? – Desconfiei.
- Não é nada. Estou de saída, até logo.
Voltei ao lugar onde deixei Chris, mas não o
encontrei lá. O esperei por três horas, até que ele resolveu aparecer.
- Onde esteve todo esse tempo? Estou há
horas lhe esperando! – Perguntei, irritada.
- Dave queria falar comigo, não foi nada
demais. Enfim, esqueça isso e vamos embora – Chris me puxou pela mão.
Finalmente, depois de toda aquela loucura,
saímos da escola. Chris estava pensativo, levantando o pulso para ver as horas
a todo instante.
- Está na hora, Cristina. Quero te levar a
um lugar e fazer uma coisa que antes não pude.
Fomos a um centro comercial, onde ficamos
durante o resto do dia e ao fim deste, ele me levou a uma joalheria, deixou-me
na porta e entrou. Lá, ele encontrou uma amiga que estava com um envelope e um
presente e os trouxe para mim.
- Antes de abrir o presente, leia essa carta
que lhe fiz com todo o meu amor. Nela, falo tudo sobre mim, coisas que jamais
disse a outros, tudo que não tenho coragem de lhe dizer pessoalmente. Espero
que compreenda e me aceite como sou – disse Chris, com um leve sorriso no
rosto, demonstrando insegurança.
“Tive uma vida não muito correta antes de estar contigo. Se lhe servir
de consolo quando terminar de ler, saiba que lhe amo como nunca antes amei
alguém. Há dois anos, para superar a dor e as mágoas do buraco que ficou em meu
coração, busquei as drogas. Quando comecei a me drogar, tornei-me uma pessoa
diferente, passei a frequentar diariamente um bordel. Vi diversas garotas, de
todos os tipos, e comecei a as desejar. Mas para as ter, deveria pagar por elas
e não conseguia sustentar nada, senão meu vício pelas drogas. Assim, decidi ter
uma vida dupla, de dia eu ia ao bordel e pagava uma sessão com uma garota e, à
noite, me travestia enquanto drogado, para poder ganhar esse dinheiro. Vivi
dessa forma durante um ano, enquanto via cartazes de desaparecido com meu nome,
já que não havia voltado para casa.
Na primeira sexta-feira do ano seguinte, à noite, não aguentei esperar
mais tempo para usar drogas, então, desesperadamente procurei alguém que
quisesse uma sessão e, por fim, encontrei. Não era apenas um, mas três, que se
aproveitaram do meu estado e me violentaram, deixando-me nu em um beco, onde
permaneci desmaiado até a manhã de sábado. Quando acordei e me vi naquele
estado, me desesperei, sabia que havia contagiado alguma DST. Me vesti com os
trapos que sobraram; uma mini saia rasgada, uma calcinha furada na parte de
trás, molhada e uma blusa sem uma das alças. Estava com muita vergonha e medo
para sair dali, por isso, ali fiquei até o anoitecer e acabei dormindo.
Duas mulheres da Assembleia de Deus estavam passando por ali e me viram
naquele estado. Logo, largaram suas coisas e me levaram para sua casa, onde
cuidaram de mim e, como retribuição, decidi largar toda aquela vida e me
converti a protestante. Em uma semana, com todo esforço que fiz, consegui
largas as drogas e parei de ir ao bordel, entretanto, as irmãs me acharam
travestido e não perceberam que eu era homem. Continuei alimentando essa
mentira, até o dia em que na igreja, lançaram-me olhares ridicularizadores e
pretenciosos, já estavam desconfiados de que eu não era mulher. Quando voltei
para casa, estavam as duas irmãs, na companhia de uns amigos da igreja, que me
ofereceram uma xícara de chá. O que eu não sabia era que esse chá continha
narcótico, que fez com que eu dormisse profundamente. Eles logo me despiram e
confirmaram que eu era homem.
Acordei no dia seguinte, no beco onde estava antes, mas dessa vez, vestido
adequadamente. Decidi voltar para casa, onde estavam à minha espera meus pais,
irmãos e a menina infeliz que causara toda minha dor, Simoni. Ao ver sua face,
me alterei, falei em cima dele e apertei gradativamente seu pescoço, deixando-a
sem ar, até seu desmaio. Vendo a situação, meu pai me deu um soco e me trancou
no quarto, embora estivesse emocionado por me ver. Não quis ais voltar para a
escola ou ter contato com qualquer pessoa, somente saia do meu quarto para
necessidades básicas e, assim permaneci pelo resto do ano, até meus pais me
levarem a um psicólogo, que me ajudou a superar esses problemas.
Hoje, tento me esquecer desse passado e da raiva que sinto por Simoni.
Você me ajudou a esquecer tudo, seu amor de fortalece e cria uma barreira entre
meu passado e eu. Tenha em mente que jamais lhe trairei, por isso, confie em
mim e jamais me traia”.
- Não sabia que tinha uma história dessas...
estou assustada agora, você tem alguma DST? – Perguntei, de forma insensível.
- Não, não tenho. Eu também estive com medo
de ter uma dessas doenças, porém, após fazer o exame, vimos que deu negativo.
Portanto, fique tranquila, não lhe passei doença alguma – forçou um sorriso.
- Ah,
Deus é pai! – Pensei. – Bom, em resposta, saiba que eu te amo e jamais lhe
trairei, como você já foi traído. Estarei sempre contigo, sendo seu apoio.
Vamos terminar logo isso. Deixe que eu abra meu presente – o desembrulhei e
abri a caixa. Era um anel. – Que lindo! Um anel com nossas iniciais, que símbolo
é esse entre elas?
- É o símbolo de infinito, porque nosso amor
é eterno. Eu sei, bem clichê! Mas vamos fazer uma promessa? Há dois anéis,
pegue um deles. Estarei contigo eternamente, mesmo após a morte, serás
eternamente minha – Chris colocou o anel em meu dedo anelar da mão direita.
Passamos o resto da noite juntos, ao menos
até às onze horas da noite, quando Chris decidiu voltar. Ao chegar em casa, ele
lembrou de Anne e de sua fofoca pela escola, correndo para o seu quarto, mas
para sua surpresa, ela não estava lá. Ele a procurou por toda a casa e quando
chegou na cozinha, viu um bilhete preso a geladeira, dizendo: “Estou na casa de
uma amiga e dormirei lá. Não se preocupem comigo, amanhã à tarde estarei de
volta”. Chris apenas desistiu.
- Estou cansado demais para caçar Anne a essa hora. Amanhã me resolverei
com ela – pensou.
Estava tendo um ótimo sonho com Chris,
quando fui subitamente acordada por um forte estrondo vindo da sala. Saltei da
cama com o coração acelerado, tremendo. Vai
ver o que é Cristina, não seja essa menina medrosa que depende dos outros. Haja
sozinha, seja destemida, ao menos uma vez se deixe influenciar por Chris e seja
uma inconsequente! Me levantei da cama vagarosamente para não fazer
barulho, abri a porta e caminhei cautelosamente até a sala. Procurei algo
quebrado, mas nada encontrei, estava tudo em seu perfeito estado, todavia,
quando me virei, um horrendo rosto surgiu, não pude ver detalhadamente como
era, só tive tempo de ver seus olhos vermelhos antes de cair num sono profundo.
Acordei dentro de uma caverna úmida e fria. Tentei sair de lá, mas quando
cheguei ao seu fim, encontrei duas ramificações. Caminhei até o final da
ramificação direita, no entanto, encontrei mais duas passagens. Foi então que
percebi que estava presa num labirinto e de lá não sairia tão fácil.
Havia se passado seis horas, minha alma
gritava por água e comida, além do forte frio que sentia. Olhava para os lados,
mas a escuridão tudo encobria, até que, para me salvar da agonia, uma brilhante
luz surgiu, trazendo consigo um pedaço de papel, flutuando. Ao pegá-lo, notei
que era um bilhete, com algumas instruções e palavras de outra língua.
Minha querida jovem, sei que está difícil sua situação, mas sei que você
é forte e irá aguentar. Você é uma menina muito especial, tem um fantástico dom.
estou apenas lhe ajudando a despertar. Quanto à sua alimentação, não se
preocupe. Não lhe deixarem morrer de fome, siga as instruções abaixo e
conseguirá sair com vida deste lugar.
Antes de escolher entre dois caminhos, pense bem, reflita e siga sua
intuição. Se achar que por um lugar vai se perder, por ele não vá. Se achar que
nenhum dos dois lhe levará ao lugar certo, procure o terceiro caminho. Mas lembre-se,
não deve sempre procurar o terceiro, pois caso sua escolha seja a errada, poderá
perder a vida.
Procure cinco pedras, coloque-as no chão formando um pentágono, feche os
olhos, coloque sua mão direita no centro e pense no que quer, seja comida ou
bebida e ela ali surgirá.
Quando estiver perdida e não souber por onde ir, assobie e ouça bem para
onde o eco irá e siga-o. São apenas estas as instruções. Espero que as acate e
que os deuses estejam ao seu lado.
Me vi prisioneira de alguém que nem ao menos
mostraria sua face. Estava com medo de escolher um caminho errado e morrer, mas
se não me arriscasse, jamais sairia de lá.
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Fica por aqui mais um capítulo. Como Cristina vai sair de lá? Isso vocês não saberão no próximo capítulo ainda. Na próxima semana vocês verão por onde anda Anne. Não esqueçam de curtir, comentar, compartilhar e blah, blah, blah, vocês já sabem, certo? Até semana que vem.
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