Olá pessoal. Cá está mais um capítulo, dessa vez, Anne é nossa protagonista temporária.
Como sempre, cá estão os capítulos anteriores:
Prólogo, Capítulo I, Capítulo II, Capítulo III, Capítulo IV, Capítulo V, Capítulo VI, Capítulo VII
Prólogo, Capítulo I, Capítulo II, Capítulo III, Capítulo IV, Capítulo V, Capítulo VI, Capítulo VII
Capítulo VIII
Anne – Perdida no bosque
Usando como
pretexto dormir na casa da amiga, Anne passou o dia e a noite nas ruas, com
medo de voltar para casa e encarar o irmão. Vagando por uma rodovia deserta,
ela acabou encontrando um homem de anomalia hedionda. Era mais alto que o
normal, além de ter os longos braços desproporcionais às suas pequenas mãos.
Usava uma calça execrável, estilo Saruel, com o quadril até os joelhos e dois
cotocos de pano, que deveriam ser suas pernas.
O homem a parou e se apresentou como Oblit
Springs, herdeiro da raça Ormit e futuro soberano da raça humana. Anne se pôs a
rir, fazendo-o ficar irritado. Ele, por sua vez, gritou, libertando as sonoras
palavras:
- Cale-se, humana medíocre! Não percebes que
dirige a palavra ao seu futuro governante? Enfim, eu lhe perdoarei se passar a
noite comigo num desses... ‘hotéis’, como vocês, humanos, chamam. Ao menos, é
melhor que dormir na rua, certo?
Anne aceitou em prontidão e ambos foram para
um hotel em Ecster, cidade ao leste de Róvia. Chegando à fronteira entre as
cidades, ela tentou atravessar, mas foi impedida por uma espécie de barreira
invisível. Oblit a pediu para se afastar, estendeu as mãos e abriu uma passagem
na barreira. Anne olhou para sua situação, pasma, com uma estressante vontade
de fugir, porém, sabia que não seria seguro dar as costas para aquele homem.
Conforme andavam pela cidade, mais Anne
percebia que não havia ninguém normal, apenas ‘pessoas’ com aspectos estranhos
por todo o corpo. Eram criaturas ridículas, de formas e tamanhos variados,
pareciam ilusões, objetos surreais, mas para a surpresa de Anne, eram mais
concretos que ela imaginava. Oblit se viu sozinho com a garota, numa escura rua
de Ecster e a socou ferozmente no rosto, desmaiando-a e a levando para um hotel
aparentemente abandonado. Quando subiu para um quarto, Anne abriu e fechou os
olhos, lentamente, vendo de relance o corredor que daria numa porta ao fundo.
Chegando lá, Oblit a despiu por completo, após, despiu-se também e a estuprou.
Quando ela acordou, se viu naquele estado, sendo penetrada por uma estranha
criatura azul turquesa, com orelhas pontudas e chifres diabólicos. Tinha os
olhos azuis, apenas dois orifícios representando um nariz e uma boca com o lado
direito entreaberto, mostrando afiados dentes molhados com a vermelhidão de
sangue.
Anne olhou na direção de seus braços, vendo
que eles não estavam mais lá, foram dilacerados pela boca do monstro. De seus ombros
o sangue jorrava como um gêiser, mas ela nada sentia. Por um instante, ficou
pálida, até que um líquido revitalizante jorrou dentro de si, dando-lhe um
prazer extremo. Foi então que ela se lembrou das palavras de Cristina: “o primeiro garoto que lhe comer, não vai o
fazer por amor”. Anne fechou os olhos, aceitando seu fim cruel, enquanto o
monstro a penetrava sem pestanejar. Acabou adormecendo. Quando acordou no meio
da madrugada, estava nua, jogada num beco, com cacos de vidro espalhados ao seu
redor e viu diversos monstros andando pela rua. Assim, percebeu que tudo não
passava de uma ilusão. Não havia pessoas desfiguradas, mas monstros disfarçados
destas. Sem braços, ela usou a parede como apoio para se levantar, mas se
desequilibrou e caiu, tendo um dos cacos atravessando seu olho esquerdo,
aprofundando-se cada vez mais, até atingir seu cérebro. Um Ormit a encontrou e
a levou até Vaughan, no bosque maldito, onde ela tentou a trazer de volta à
vida.
Vaughan desenhou no chão um pentagrama em
cima de um hexagrama. Moldou um corpo de barro e o colocou no centro do círculo
mágico, ao lado do corpo de Anne e recitou um feitiço.
- Per Adonai
Elohim, Adonai Jehova,
Adonai Sabaoth, Metatron On Agla Mathon,
Verbum pythonicum, mysterium salamandrae,
Conventus sylvorum, antra gnomorum,
Daemonia Coeli God, Almosin, Gibor, Jehoshua,
Evam, Zariatnamik, veni, veni, veni.[1]
Por meu senhor Deus, por meu senhor Jeová,
Por meu senhor dos exércitos, Metatron,
eternamente poderoso senhor, senhor, Mathon,
a palavra profética, o mistério da
salamandra,
conclave de sílfides, gnomos da caverna,
corpos celestes, Deus da Fortuna,
Almousin, Gibor, Jesus,
Evan, Zariatnamik, vem, vem, vem.
O círculo mágico começou a brilhar
intensamente, enquanto em seu centro surgia um hediondo olho gigante, com a
pupila vermelha como sangue. Essa pupila começou a se tornar um escuro buraco
negro, de onde se ouviam vozes temerosas e saíram horrendas mãos, que eram como
sombras e puxaram o cadáver de Anne para o abismo sem fim. Ouviu-se uma
estranha voz, que dizia:
- A quem invocas?
- Anne Smitt – respondeu Vaughan.
Nesse instante, uma forte luz saiu do
portal, entrando no corpo de barro, dando-lhe vida e a consciência de Anne. O
corpo foi tomando a forma de Anne, até que Vaughan se sentiu fraca e caiu
ajoelhada, deixando o feitiço incompleto. Anne acordou com o rosto alterado,
tornara-se heterocromática, com um olho verde e outro azul e, estava agora, com
cabelos novamente castanhos, porém curtos.
- Ora, não está tão ruim, você vai superar –
disse Vaughan ao ver Anne olhando boquiaberta para seu corpo.
- Eu estou viva? Mas como? Quem é você? –
Perguntou Anne, com os olhos trêmulos.
- Sou apenas uma velha senhora. Encontrei-lhe
aí jogada no chão e, como não tenho forças para levantar um mísero graveto,
aguardei você acordar – Vaughan levantou e lhe deu as costas, andando até um
lago.
- Senhora, me espere, por favor! – Anne
tentou correr, mas não conseguia se mover direito e caiu. Quando olhou para
frente para procurar Vaughan e pedir sua ajuda, viu que ela não estava mais lá.
– Tenho que me levantar. Se não conseguir, vou me arrastar, mas aqui não fico!
– Ela se arrastou até a beira do rio, ficando horrorizada ao ver seu reflexo na
água – Aaaaaah! – Gritou ferozmente, agarrando seus cabelos e os puxando. –
Não, respira fundo Anne, você ainda está dormindo e tendo um pesadelo. Não é
possível que primeiro você é estuprada e desmembrada e agora você está
horrorosa. Vamos testar? Agora você vai se esbofetear e vai ver que tu do não
passa de um sonho ruim – ela se estapeou, mas nada sentiu, olhando novamente
para seu reflexo. Viu que nada havia se alterado e desmaiou.
Vaughan finalmente apareceu e aproveitou o
estado de Anne para usar nela seus poderes telepáticos. A senhora fechou os
olhos, levantou sua mão direita e fez seu cajado ir até ela. Apontando o cajado
para Anne, Vaughan a levitou, fazendo-a rodopiar junto ao vendo. Aos poucos, a
beleza da menina retornava, começando pelos cabelos, que se tornaram longos e
ruivos. A cor de seus olhos foi mudando gradativamente, para castanho. Seus
membros faciais começaram a se realocar, enquanto Vaughan a colocava no chão,
abaixando-a lentamente. Após o fim do processo, Vaughan saltou no ar e
desapareceu sorrateiramente.
Algumas horas depois, Anne havia acordado deitada
no chão da cabana. Tentou se levantar, entretanto, novamente sem sucesso.
Arrastando-se para fora da cabana, viu que estava num bosque, no qual jamais
havia pisado. Não conhecia o lugar, estava sozinha, perdida. Vendo-se naquela
situação, Anne se entregou ao pranto, enquanto esmurrava o chão.
- Acalme-se, querida. O chão não lhe fez mal
algum – uma misteriosa mulher surgiu para ajudá-la. Era de sublime encanto,
tinha os cabelos loiros, exageradamente claros, quase brancos. Possuía
penetrantes olhos, nos quais a pupila era negra e rodeada por um leve tom
púrpura. – Dê-me sua mão, lhe ajudarei a levantar. Ora, pare de chorar, você é
linda, não estrague sua beleza dessa forma – disse a moça.
- Desculpe, mas... quem é você?
- Meus amigos costumam me chamar de Jacke,
mas meu nome é Jackeline.
- Tudo bem, Jacke. Me ajude a sair desse
bosque, não consigo andar e não conheço o caminho que leva até a cidade – disse
Anne, levantando seu braço esquerdo, colocando-o por detrás do pescoço de
Jackeline, rodeando-o e a usando como apoio.
- Não vamos a lugar algum! – Ela tirou o
braço de Anne e a jogou no chão. – Você ficará aqui por um tempo e me fará
companhia, faz tempo que não falo com alguém.
Anne a olhou com fúria, queria gritar com
ela, achar algum defeito para a humilhar, mas percebeu que naquele momento ela
era apenas um peso morto. Desolada, Anne se deitou de bruços e chorou, sua alma
gritava por ajuda, tinha uma extrema agonia por não conseguir se levantar e
andar. Jackeline sentiu pena dela e resolveu ajudar.
- Ora, pobrezinha. Lamentando-se por não
conseguir andar sem mesmo persistir. Acha que chorar vai lhe ajudar? Venha –
disse Jacke, abaixando-se e secando as lágrimas no rosto de Anne –, dê-me sua
mão. Já lhe disse para não chorar, ou vai estragar esse seu rostinho lindo. Vou
lhe ajudar a andar, mas, em troca, você ficará comigo durante seis meses.
- Oi? Não posso ficar aqui por todo esse
tempo! Tenho uma família que se preocupará comigo, sabia?
- Oh, sinto muito por sua família, mas
preciso de você aqui. Mas se quer tanto assim a ver, levante-se e ande. Quer
dizer... isso se conseguir, não é? Bom, não vou perder meu tempo, estou indo –
disse ela, após deixar Anne numa cadeira.
- Não, por favor! Espere, eu fico com você –
disse Anne, insegura. – Mas na primeira
oportunidade que tiver quando puder andar, sairei daqui – pensou.
- Não pense que será tão fácil sair de perto
de mim e sim, eu ouvi o que pensou, portanto, não ache que pode tramar algo e
fugir – disse Jacke, com um forte brilho em seu olho esquerdo.
Anne ficou abalada, pois teria que ficar
todo esse tempo longe de sua família, além de assustada por ter sua mente lida.
Mas a essa altura, ela só poderia aceitar os fatos. Jackeline a levou até a
beira do rio, onde a mandou tirar suas roupas e se lavar. Ela ainda não havia
se recuperado do choque de ver seu reflexo no rio e ficou com medo, negando-se
a entrar. Jackeline achou um ato ridículo, por achar que ela apenas queria
permanecer podre e fedida e a empurrou no rio. Anne chorou de felicidade ao ver
que sua aparência estava como antes e aos poucos conseguiu ficar de pé.
- Veja, se continuasse a chorar, não estaria
agora de pé! Vamos lá, tente andar – disse Jacke, sorrindo.
Anne conseguiu dar apenas dois passos, antes
de cair novamente. Não consigo andar
direito como antes, mas isso já é um bom começo – pensou. Ela se levantou
mais uma vez, tentando andar, dessa vez conseguindo dar três passos. De
repente, um homem chegou e foi cumprimentar Jackeline. Anne se esqueceu que
estava nua e continuou a andar, enquanto o homem a olhava descaradamente.
- Ah, mas que beleza! Que coisa linda,
espere, vou me juntar a você – disse Tomás, tirando sua roupa e pulando no rio.
- Saia daqui, não me olhe! – Disse Anne,
enquanto corria.
- Continue, Tomás. Assim ela vai ficar
curada bem rápido, veja só, já está até correndo – disse Jackeline, rindo. –
Mas vamos ter que parar por aqui, ela já está há tempo demais na água, deve
sair agora mesmo.
Anne andou até a margem do rio,
envergonhada, mas quando tirou um dos pés para sair, caiu. Logo, Jacke correu
para a ajudar, colocando-a sentada na margem. Ela se vestiu e tentou, de novo,
se levantar. Foi então que ela percebeu que só conseguia andar enquanto estava
na água, em terra era mais complicado.
- Não perca a calma, se você conseguiu andar
enquanto estava no rio, vai conseguir aqui. Ou precisa da ajuda de Tomás
novamente? – Perguntou Jacke, num tom sarcástico.
- Err, err... não! Eu vou conseguir sozinha!
– Gritou Anne.
Os dias se passaram e Anne cada vez mais
rápido progredia. Quando caía e desistia, Tomás servia como seu apoio. Quatro
meses depois do início da reabilitação, Anne já estava andando normalmente e
assim, decidiu fugir.
- Ah, o céu estrelado está lindo hoje, não
é? Este perfeito luar que me guiará rumo à liberdade – disse Anne, deitando-se
ao lado de Tomás, que estava deitado na grama ao lado de fora da cabana.
- Então você pretende mesmo fugir e
abandonar Jackeline? Lembre-se que todo este tempo ela esteve ao seu lado lhe
apoiando. Ao menos antes de ir, retribua este imenso favor – disse Tomás,
retirando o cabelo da frente do olho direito de Anne e acariciando seu rosto.
- Não me esqueço do que ela fez por mim, e
muito menos do seu apoio. Não sei se é a hora certa de lhe dizer, mas... desde
que você chegou aqui e tem se dedicado a me ajudar incondicionalmente, tenho me
sentido estranha, sentindo uma ânsia no peito, um frio no estômago, uma vontade
imensurável de não sair do seu lado. Acho que isso é...
- Amor? – Perguntou Tomás, beijando
ternamente os lábios de Anne.
Novamente, as palavras de Cristina vieram em
sua mente, mas dessa vez, Anne sorriu, pensando alto.
- Não dessa vez, Cristina. Agora eu sei que
é real, que é amor! – Disse ela, tirando suas roupas lentamente e beijando
Tomás.
- Tem certeza de que quer isso? Você ainda
tem apenas dezesseis, nos tempos de hoje, mesmo que eu seja apenas três anos
mais velho, isso é considerado pedofilia – Tomás riu.
- Essa é a minha maneira de demonstrar meu
amor com o corpo e a alma, espero que aceite meus sentimentos – com lágrimas de
felicidade caindo de seu rosto, Anne se lançou nos braços de Tomás. – Fuja
junto comigo! Todo o tempo que passei aqui com vocês me serviu para abrir a
mente e pensar um pouco sobre mim. Antigamente, eu era uma garota cínica e
antipática. Olhava e apontava os defeitos dos outros e acabava me esquecendo de
que também sou uma humana imperfeita que erra. Hoje, com você ao meu lado,
aprendi a viver como pessoa. Aprendi a amar e ser feliz. Venha comigo rumo à
liberdade do nosso amor. Vamos mostrar ao mundo que aquela menina ridícula e
infeliz já não existe mais! – Disse Anne, beijando-o.
- Irei contigo até onde desejar. Estarei com
você mesmo após a morte, ou na próxima vida. Me dê sua mão e vamos viver uma
aventura – eles se levantaram, vestiram-se e correram floresta adentro.
Após uma hora correndo, eles perceberam que
estavam dando voltas no mesmo lugar. Soou uma voz, nesse momento, um tanto
peculiar.
- Você descumpriu nosso trato, Anne! Agora
irá pagar. Até que se cumpram os devidos
seis meses, você não sairá daqui! – Disse Jackeline, surgindo na frente dos
dois e se transformando numa senhora de idade.
- Jackeline? Não... quem é a senhora? Creio
que já lhe vi em algum lugar antes – disse Anne, pensativa.
- Isso não importa agora! Venha comigo,
Tomás, - Vaughan levantou seu cajado, apontando-o para Tomás e o levitou até o
seu lado – você não pode ficar para a ajudar. Isso é algo que ela buscou e
daqui deve sair sozinha – após falar, sumiu no ar, junto com Tomás.
Já era noite novamente e Anne estava
desesperada. Encontrava-se faminta e com sede, mas não avistava alimento algum.
Até que, por fim, ouviu um som distante, parecido com um uivo. Sentindo calafrios,
o medo estremeceu seu peito, ela sabia que deveria correr e se esconder, porém
estava perdida, não sabia para onde ir. O lobo se aproximava gradativamente,
ainda não havia notado sua presença. Anne ouviu então uma voz, dizendo:
- Olhe para o alto, há tantos meios para
escapar. Você está no meio de uma floresta, veja quantas árvores altas estão
aqui.
Anne imediatamente começou a escalar a
primeira árvore que viu, no entanto, percebeu que suas pernas não a obedeciam
completamente, o que tornou a escalada mais demorada, o suficiente para o lobo
a perceber e correr atrás dela. Ela estava desalentada, sabia que não
conseguiria subir a tempo, fechou os olhos e aceitou sua morte. Às vezes nossa mudança é tão repentina que
não há tempo para demonstrar, quando notamos nossos erros, já é tarde para
pensar em viver tudo de novo – pensou. Quando o lobo saltou para a agarrar,
uma forte luz surgiu em sua frente, parando-o e o afugentando.
- Essa foi a primeira e a última vez que lhe
ajudei! Seja forte e sobreviva. Inverta os termos entre vocês como caça e
caçador. Defina de uma vez que você está no topo da cadeia e pode os enfrentar!
– Disse Vaughan, brandindo seu cajado e desaparecendo na neblina que se
formava.
O lobo foi embora, todavia, voltou com uma
imensa matilha. Desta vez, Anne conseguiu subir na árvore a tempo, sentou-se
num galho, onde viu nele uma corda amarrada. Última vez que me ajudará, não? – Pensou. Ela desamarrou a corda e
a envolveu em torno de si, prendendo-se no tronco da árvore, onde adormeceu.
Quando amanheceu, Anne estava cheia de marcas
vermelhas em seu rosto, que provocava, uma terrível coceira. Ela não resistiu e
começou a esfregar o rosto “para não acabar com suas unhas”, entretanto, isso não
ajudou. Ela se desamarrou da árvore, pegando um pequeno galho para coçar o
rosto. Quando percebeu que sua face estava banhada em sangue, procurou um rio
para se lavar, mas não encontrou. Durante essa procura, alguns animais carnívoros
sentiram o cheiro de sangue e saíram em busca de alimento. Uma forte ventania
incrustada de folhas começou a serpear pelas árvores, levando todo o cheiro
para longe, o que acabou por salvar Anne.
Antes do anoitecer, Anne preparou algumas
armadilhas, onde se cortou e espalhou seu sangue para atrair os animais. No dia
seguinte, viu obteve o fruto de seu esforço ao ver um lobo morto, com um ganho
atravessado em sua barriga.
- Dessa forma conseguirei sobreviver o resto
desses dias. Agora, o que me resta é esperar viva, até que finalmente possa
sair daqui – disse Anne, sentada no galho da árvore mais alta, comendo a carne
do lobo.
[1]
Portal de almas do Mundo Alterno – feitiço
que faz uma troca de almas com um outro mundo, trazendo a alma do paradoxo da
pessoa morta, matando o paradoxo que está no outro mundo. Exige muito poder
espiritual do conjurador, podendo o levar à morte.
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Este foi o capítulo de hoje, o que acharam? Não se esqueçam de compartilhar. Até semana que vem!
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