Livro de Resenhas | Veio ler? Não se contenha

sábado, 22 de agosto de 2015

O Renascer do Outono - Capítulo VIII

Olá pessoal. Cá está mais um capítulo, dessa vez, Anne é nossa protagonista temporária. 
Como sempre, cá estão os capítulos anteriores:
PrólogoCapítulo ICapítulo IICapítulo IIICapítulo IVCapítulo VCapítulo VI, Capítulo VII



Capítulo VIII
 Anne – Perdida no bosque



Usando como pretexto dormir na casa da amiga, Anne passou o dia e a noite nas ruas, com medo de voltar para casa e encarar o irmão. Vagando por uma rodovia deserta, ela acabou encontrando um homem de anomalia hedionda. Era mais alto que o normal, além de ter os longos braços desproporcionais às suas pequenas mãos. Usava uma calça execrável, estilo Saruel, com o quadril até os joelhos e dois cotocos de pano, que deveriam ser suas pernas.
   O homem a parou e se apresentou como Oblit Springs, herdeiro da raça Ormit e futuro soberano da raça humana. Anne se pôs a rir, fazendo-o ficar irritado. Ele, por sua vez, gritou, libertando as sonoras palavras:
   - Cale-se, humana medíocre! Não percebes que dirige a palavra ao seu futuro governante? Enfim, eu lhe perdoarei se passar a noite comigo num desses... ‘hotéis’, como vocês, humanos, chamam. Ao menos, é melhor que dormir na rua, certo?
   Anne aceitou em prontidão e ambos foram para um hotel em Ecster, cidade ao leste de Róvia. Chegando à fronteira entre as cidades, ela tentou atravessar, mas foi impedida por uma espécie de barreira invisível. Oblit a pediu para se afastar, estendeu as mãos e abriu uma passagem na barreira. Anne olhou para sua situação, pasma, com uma estressante vontade de fugir, porém, sabia que não seria seguro dar as costas para aquele homem.
   Conforme andavam pela cidade, mais Anne percebia que não havia ninguém normal, apenas ‘pessoas’ com aspectos estranhos por todo o corpo. Eram criaturas ridículas, de formas e tamanhos variados, pareciam ilusões, objetos surreais, mas para a surpresa de Anne, eram mais concretos que ela imaginava. Oblit se viu sozinho com a garota, numa escura rua de Ecster e a socou ferozmente no rosto, desmaiando-a e a levando para um hotel aparentemente abandonado. Quando subiu para um quarto, Anne abriu e fechou os olhos, lentamente, vendo de relance o corredor que daria numa porta ao fundo. Chegando lá, Oblit a despiu por completo, após, despiu-se também e a estuprou. Quando ela acordou, se viu naquele estado, sendo penetrada por uma estranha criatura azul turquesa, com orelhas pontudas e chifres diabólicos. Tinha os olhos azuis, apenas dois orifícios representando um nariz e uma boca com o lado direito entreaberto, mostrando afiados dentes molhados com a vermelhidão de sangue.
   Anne olhou na direção de seus braços, vendo que eles não estavam mais lá, foram dilacerados pela boca do monstro. De seus ombros o sangue jorrava como um gêiser, mas ela nada sentia. Por um instante, ficou pálida, até que um líquido revitalizante jorrou dentro de si, dando-lhe um prazer extremo. Foi então que ela se lembrou das palavras de Cristina: “o primeiro garoto que lhe comer, não vai o fazer por amor”. Anne fechou os olhos, aceitando seu fim cruel, enquanto o monstro a penetrava sem pestanejar. Acabou adormecendo. Quando acordou no meio da madrugada, estava nua, jogada num beco, com cacos de vidro espalhados ao seu redor e viu diversos monstros andando pela rua. Assim, percebeu que tudo não passava de uma ilusão. Não havia pessoas desfiguradas, mas monstros disfarçados destas. Sem braços, ela usou a parede como apoio para se levantar, mas se desequilibrou e caiu, tendo um dos cacos atravessando seu olho esquerdo, aprofundando-se cada vez mais, até atingir seu cérebro. Um Ormit a encontrou e a levou até Vaughan, no bosque maldito, onde ela tentou a trazer de volta à vida.
   Vaughan desenhou no chão um pentagrama em cima de um hexagrama. Moldou um corpo de barro e o colocou no centro do círculo mágico, ao lado do corpo de Anne e recitou um feitiço.

   - Per Adonai Elohim, Adonai Jehova,
     Adonai Sabaoth, Metatron On Agla Mathon,
     Verbum pythonicum, mysterium salamandrae,
     Conventus sylvorum, antra gnomorum,
     Daemonia Coeli God, Almosin, Gibor, Jehoshua,
     Evam, Zariatnamik, veni, veni, veni.[1]

     Por meu senhor Deus, por meu senhor Jeová,
     Por meu senhor dos exércitos, Metatron, eternamente poderoso senhor, senhor, Mathon,
     a palavra profética, o mistério da salamandra,
     conclave de sílfides, gnomos da caverna,
     corpos celestes, Deus da Fortuna, Almousin, Gibor, Jesus,
     Evan, Zariatnamik, vem, vem, vem.

   O círculo mágico começou a brilhar intensamente, enquanto em seu centro surgia um hediondo olho gigante, com a pupila vermelha como sangue. Essa pupila começou a se tornar um escuro buraco negro, de onde se ouviam vozes temerosas e saíram horrendas mãos, que eram como sombras e puxaram o cadáver de Anne para o abismo sem fim. Ouviu-se uma estranha voz, que dizia:
   - A quem invocas?
   - Anne Smitt – respondeu Vaughan.
   Nesse instante, uma forte luz saiu do portal, entrando no corpo de barro, dando-lhe vida e a consciência de Anne. O corpo foi tomando a forma de Anne, até que Vaughan se sentiu fraca e caiu ajoelhada, deixando o feitiço incompleto. Anne acordou com o rosto alterado, tornara-se heterocromática, com um olho verde e outro azul e, estava agora, com cabelos novamente castanhos, porém curtos.
   - Ora, não está tão ruim, você vai superar – disse Vaughan ao ver Anne olhando boquiaberta para seu corpo.
   - Eu estou viva? Mas como? Quem é você? – Perguntou Anne, com os olhos trêmulos.
   - Sou apenas uma velha senhora. Encontrei-lhe aí jogada no chão e, como não tenho forças para levantar um mísero graveto, aguardei você acordar – Vaughan levantou e lhe deu as costas, andando até um lago.
   - Senhora, me espere, por favor! – Anne tentou correr, mas não conseguia se mover direito e caiu. Quando olhou para frente para procurar Vaughan e pedir sua ajuda, viu que ela não estava mais lá. – Tenho que me levantar. Se não conseguir, vou me arrastar, mas aqui não fico! – Ela se arrastou até a beira do rio, ficando horrorizada ao ver seu reflexo na água – Aaaaaah! – Gritou ferozmente, agarrando seus cabelos e os puxando. – Não, respira fundo Anne, você ainda está dormindo e tendo um pesadelo. Não é possível que primeiro você é estuprada e desmembrada e agora você está horrorosa. Vamos testar? Agora você vai se esbofetear e vai ver que tu do não passa de um sonho ruim – ela se estapeou, mas nada sentiu, olhando novamente para seu reflexo. Viu que nada havia se alterado e desmaiou.
   Vaughan finalmente apareceu e aproveitou o estado de Anne para usar nela seus poderes telepáticos. A senhora fechou os olhos, levantou sua mão direita e fez seu cajado ir até ela. Apontando o cajado para Anne, Vaughan a levitou, fazendo-a rodopiar junto ao vendo. Aos poucos, a beleza da menina retornava, começando pelos cabelos, que se tornaram longos e ruivos. A cor de seus olhos foi mudando gradativamente, para castanho. Seus membros faciais começaram a se realocar, enquanto Vaughan a colocava no chão, abaixando-a lentamente. Após o fim do processo, Vaughan saltou no ar e desapareceu sorrateiramente.
   Algumas horas depois, Anne havia acordado deitada no chão da cabana. Tentou se levantar, entretanto, novamente sem sucesso. Arrastando-se para fora da cabana, viu que estava num bosque, no qual jamais havia pisado. Não conhecia o lugar, estava sozinha, perdida. Vendo-se naquela situação, Anne se entregou ao pranto, enquanto esmurrava o chão.
   - Acalme-se, querida. O chão não lhe fez mal algum – uma misteriosa mulher surgiu para ajudá-la. Era de sublime encanto, tinha os cabelos loiros, exageradamente claros, quase brancos. Possuía penetrantes olhos, nos quais a pupila era negra e rodeada por um leve tom púrpura. – Dê-me sua mão, lhe ajudarei a levantar. Ora, pare de chorar, você é linda, não estrague sua beleza dessa forma – disse a moça.
   - Desculpe, mas... quem é você?
   - Meus amigos costumam me chamar de Jacke, mas meu nome é Jackeline.
   - Tudo bem, Jacke. Me ajude a sair desse bosque, não consigo andar e não conheço o caminho que leva até a cidade – disse Anne, levantando seu braço esquerdo, colocando-o por detrás do pescoço de Jackeline, rodeando-o e a usando como apoio.
   - Não vamos a lugar algum! – Ela tirou o braço de Anne e a jogou no chão. – Você ficará aqui por um tempo e me fará companhia, faz tempo que não falo com alguém.
   Anne a olhou com fúria, queria gritar com ela, achar algum defeito para a humilhar, mas percebeu que naquele momento ela era apenas um peso morto. Desolada, Anne se deitou de bruços e chorou, sua alma gritava por ajuda, tinha uma extrema agonia por não conseguir se levantar e andar. Jackeline sentiu pena dela e resolveu ajudar.
   - Ora, pobrezinha. Lamentando-se por não conseguir andar sem mesmo persistir. Acha que chorar vai lhe ajudar? Venha – disse Jacke, abaixando-se e secando as lágrimas no rosto de Anne –, dê-me sua mão. Já lhe disse para não chorar, ou vai estragar esse seu rostinho lindo. Vou lhe ajudar a andar, mas, em troca, você ficará comigo durante seis meses.
   - Oi? Não posso ficar aqui por todo esse tempo! Tenho uma família que se preocupará comigo, sabia?
   - Oh, sinto muito por sua família, mas preciso de você aqui. Mas se quer tanto assim a ver, levante-se e ande. Quer dizer... isso se conseguir, não é? Bom, não vou perder meu tempo, estou indo – disse ela, após deixar Anne numa cadeira.
   - Não, por favor! Espere, eu fico com você – disse Anne, insegura. – Mas na primeira oportunidade que tiver quando puder andar, sairei daqui – pensou.
   - Não pense que será tão fácil sair de perto de mim e sim, eu ouvi o que pensou, portanto, não ache que pode tramar algo e fugir – disse Jacke, com um forte brilho em seu olho esquerdo.
   Anne ficou abalada, pois teria que ficar todo esse tempo longe de sua família, além de assustada por ter sua mente lida. Mas a essa altura, ela só poderia aceitar os fatos. Jackeline a levou até a beira do rio, onde a mandou tirar suas roupas e se lavar. Ela ainda não havia se recuperado do choque de ver seu reflexo no rio e ficou com medo, negando-se a entrar. Jackeline achou um ato ridículo, por achar que ela apenas queria permanecer podre e fedida e a empurrou no rio. Anne chorou de felicidade ao ver que sua aparência estava como antes e aos poucos conseguiu ficar de pé.
   - Veja, se continuasse a chorar, não estaria agora de pé! Vamos lá, tente andar – disse Jacke, sorrindo.
   Anne conseguiu dar apenas dois passos, antes de cair novamente. Não consigo andar direito como antes, mas isso já é um bom começo – pensou. Ela se levantou mais uma vez, tentando andar, dessa vez conseguindo dar três passos. De repente, um homem chegou e foi cumprimentar Jackeline. Anne se esqueceu que estava nua e continuou a andar, enquanto o homem a olhava descaradamente.
   - Ah, mas que beleza! Que coisa linda, espere, vou me juntar a você – disse Tomás, tirando sua roupa e pulando no rio.
   - Saia daqui, não me olhe! – Disse Anne, enquanto corria.
   - Continue, Tomás. Assim ela vai ficar curada bem rápido, veja só, já está até correndo – disse Jackeline, rindo. – Mas vamos ter que parar por aqui, ela já está há tempo demais na água, deve sair agora mesmo.
   Anne andou até a margem do rio, envergonhada, mas quando tirou um dos pés para sair, caiu. Logo, Jacke correu para a ajudar, colocando-a sentada na margem. Ela se vestiu e tentou, de novo, se levantar. Foi então que ela percebeu que só conseguia andar enquanto estava na água, em terra era mais complicado.
   - Não perca a calma, se você conseguiu andar enquanto estava no rio, vai conseguir aqui. Ou precisa da ajuda de Tomás novamente? – Perguntou Jacke, num tom sarcástico.
   - Err, err... não! Eu vou conseguir sozinha! – Gritou Anne.
   Os dias se passaram e Anne cada vez mais rápido progredia. Quando caía e desistia, Tomás servia como seu apoio. Quatro meses depois do início da reabilitação, Anne já estava andando normalmente e assim, decidiu fugir.
   - Ah, o céu estrelado está lindo hoje, não é? Este perfeito luar que me guiará rumo à liberdade – disse Anne, deitando-se ao lado de Tomás, que estava deitado na grama ao lado de fora da cabana.
   - Então você pretende mesmo fugir e abandonar Jackeline? Lembre-se que todo este tempo ela esteve ao seu lado lhe apoiando. Ao menos antes de ir, retribua este imenso favor – disse Tomás, retirando o cabelo da frente do olho direito de Anne e acariciando seu rosto.
   - Não me esqueço do que ela fez por mim, e muito menos do seu apoio. Não sei se é a hora certa de lhe dizer, mas... desde que você chegou aqui e tem se dedicado a me ajudar incondicionalmente, tenho me sentido estranha, sentindo uma ânsia no peito, um frio no estômago, uma vontade imensurável de não sair do seu lado. Acho que isso é...
   - Amor? – Perguntou Tomás, beijando ternamente os lábios de Anne.
   Novamente, as palavras de Cristina vieram em sua mente, mas dessa vez, Anne sorriu, pensando alto.
   - Não dessa vez, Cristina. Agora eu sei que é real, que é amor! – Disse ela, tirando suas roupas lentamente e beijando Tomás.
   - Tem certeza de que quer isso? Você ainda tem apenas dezesseis, nos tempos de hoje, mesmo que eu seja apenas três anos mais velho, isso é considerado pedofilia – Tomás riu.
   - Essa é a minha maneira de demonstrar meu amor com o corpo e a alma, espero que aceite meus sentimentos – com lágrimas de felicidade caindo de seu rosto, Anne se lançou nos braços de Tomás. – Fuja junto comigo! Todo o tempo que passei aqui com vocês me serviu para abrir a mente e pensar um pouco sobre mim. Antigamente, eu era uma garota cínica e antipática. Olhava e apontava os defeitos dos outros e acabava me esquecendo de que também sou uma humana imperfeita que erra. Hoje, com você ao meu lado, aprendi a viver como pessoa. Aprendi a amar e ser feliz. Venha comigo rumo à liberdade do nosso amor. Vamos mostrar ao mundo que aquela menina ridícula e infeliz já não existe mais! – Disse Anne, beijando-o.
   - Irei contigo até onde desejar. Estarei com você mesmo após a morte, ou na próxima vida. Me dê sua mão e vamos viver uma aventura – eles se levantaram, vestiram-se e correram floresta adentro.
   Após uma hora correndo, eles perceberam que estavam dando voltas no mesmo lugar. Soou uma voz, nesse momento, um tanto peculiar.
   - Você descumpriu nosso trato, Anne! Agora irá pagar.  Até que se cumpram os devidos seis meses, você não sairá daqui! – Disse Jackeline, surgindo na frente dos dois e se transformando numa senhora de idade.
   - Jackeline? Não... quem é a senhora? Creio que já lhe vi em algum lugar antes – disse Anne, pensativa.
   - Isso não importa agora! Venha comigo, Tomás, - Vaughan levantou seu cajado, apontando-o para Tomás e o levitou até o seu lado – você não pode ficar para a ajudar. Isso é algo que ela buscou e daqui deve sair sozinha – após falar, sumiu no ar, junto com Tomás.
   Já era noite novamente e Anne estava desesperada. Encontrava-se faminta e com sede, mas não avistava alimento algum. Até que, por fim, ouviu um som distante, parecido com um uivo. Sentindo calafrios, o medo estremeceu seu peito, ela sabia que deveria correr e se esconder, porém estava perdida, não sabia para onde ir. O lobo se aproximava gradativamente, ainda não havia notado sua presença. Anne ouviu então uma voz, dizendo:
   - Olhe para o alto, há tantos meios para escapar. Você está no meio de uma floresta, veja quantas árvores altas estão aqui.
   Anne imediatamente começou a escalar a primeira árvore que viu, no entanto, percebeu que suas pernas não a obedeciam completamente, o que tornou a escalada mais demorada, o suficiente para o lobo a perceber e correr atrás dela. Ela estava desalentada, sabia que não conseguiria subir a tempo, fechou os olhos e aceitou sua morte. Às vezes nossa mudança é tão repentina que não há tempo para demonstrar, quando notamos nossos erros, já é tarde para pensar em viver tudo de novo – pensou. Quando o lobo saltou para a agarrar, uma forte luz surgiu em sua frente, parando-o e o afugentando.
   - Essa foi a primeira e a última vez que lhe ajudei! Seja forte e sobreviva. Inverta os termos entre vocês como caça e caçador. Defina de uma vez que você está no topo da cadeia e pode os enfrentar! – Disse Vaughan, brandindo seu cajado e desaparecendo na neblina que se formava.
   O lobo foi embora, todavia, voltou com uma imensa matilha. Desta vez, Anne conseguiu subir na árvore a tempo, sentou-se num galho, onde viu nele uma corda amarrada. Última vez que me ajudará, não? – Pensou. Ela desamarrou a corda e a envolveu em torno de si, prendendo-se no tronco da árvore, onde adormeceu.
   Quando amanheceu, Anne estava cheia de marcas vermelhas em seu rosto, que provocava, uma terrível coceira. Ela não resistiu e começou a esfregar o rosto “para não acabar com suas unhas”, entretanto, isso não ajudou. Ela se desamarrou da árvore, pegando um pequeno galho para coçar o rosto. Quando percebeu que sua face estava banhada em sangue, procurou um rio para se lavar, mas não encontrou. Durante essa procura, alguns animais carnívoros sentiram o cheiro de sangue e saíram em busca de alimento. Uma forte ventania incrustada de folhas começou a serpear pelas árvores, levando todo o cheiro para longe, o que acabou por salvar Anne.
   Antes do anoitecer, Anne preparou algumas armadilhas, onde se cortou e espalhou seu sangue para atrair os animais. No dia seguinte, viu obteve o fruto de seu esforço ao ver um lobo morto, com um ganho atravessado em sua barriga.
   - Dessa forma conseguirei sobreviver o resto desses dias. Agora, o que me resta é esperar viva, até que finalmente possa sair daqui – disse Anne, sentada no galho da árvore mais alta, comendo a carne do lobo.






[1] Portal de almas do Mundo Alterno – feitiço que faz uma troca de almas com um outro mundo, trazendo a alma do paradoxo da pessoa morta, matando o paradoxo que está no outro mundo. Exige muito poder espiritual do conjurador, podendo o levar à morte.

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Este foi o capítulo de hoje, o que acharam? Não se esqueçam de compartilhar. Até semana que vem!

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